O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica na tarde desta quarta-feira (17), após ser internado no Hospital DF Star, em Brasília, por quadro de vômitos, tontura, queda de pressão arterial e pré-síncope. Segundo boletim médico, houve melhora dos sintomas e da função renal depois de hidratação e medicação intravenosa.
Durante a internação, a equipe médica divulgou o resultado das análises de lesões cutâneas retiradas em procedimento cirúrgico no último domingo (14). O laudo apontou a presença de carcinoma de células escamosas in situ em duas das oito amostras coletadas.
O carcinoma de células escamosas in situ, também conhecido como doença de Bowen, é uma forma inicial de câncer de pele, restrita às camadas superficiais da pele e sem potencial de metástase. Apesar de não ser invasivo, especialistas recomendam acompanhamento clínico rigoroso e reavaliação periódica.
Além do câncer de pele, Bolsonaro segue em tratamento de hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico e medidas preventivas contra broncoaspiração. Os médicos destacam que parte de suas complicações decorre das sequelas da facada sofrida em 2018, que já o levou a diversas cirurgias.
Contexto judicial
O diagnóstico ocorre em meio ao cumprimento de prisão domiciliar determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que investiga articulações com o governo de Donald Trump para retaliações contra autoridades brasileiras.
Na semana passada (11), a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e outros crimes. O julgamento o tornou o primeiro presidente do Brasil condenado por golpe, mas a decisão ainda é passível de recurso.