O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu, nesta terça-feira (12), o contrato com o Banco Agibank S.A., responsável pelo pagamento de parte da folha de benefícios previdenciários. A decisão foi tomada após a constatação de práticas classificadas como “graves violações contratuais”, que estariam prejudicando o acesso de aposentados, pensionistas e beneficiários aos canais oficiais do órgão.
Entre as denúncias apuradas, o INSS apontou que o aplicativo do Agibank, ao ser instalado no celular do beneficiário, interceptava e redirecionava ligações feitas para a Central 135 — principal canal de atendimento da Previdência —, conduzindo o usuário para a central telefônica do próprio banco. A prática, segundo o órgão, impedia que segurados registrassem reclamações, solicitassem informações sobre benefícios ou pedissem ressarcimento de descontos indevidos.
Além disso, foram registradas recusas injustificadas a pedidos de portabilidade e casos de retenção de valores. Há relatos de beneficiários convocados a comparecer a agências do banco para tratar de supostos descontos ou “receber valores de volta”.
Casos em municípios e reação local
Em cidades como Santo Antônio de Jesus (BA), o episódio gerou forte repercussão. Moradores afirmam ter descoberto que seus pagamentos haviam sido transferidos para o Agibank sem autorização prévia. Denúncias encaminhadas a rádios locais e blogs relatam ainda empréstimos com juros considerados abusivos.
O INSS reforçou que nenhuma instituição financeira tem autorização para intermediar o contato entre segurados e o Instituto, devendo todos os atendimentos ser realizados diretamente pelos canais oficiais.
Benefícios seguem sendo pagos
Apesar da suspensão, o INSS garantiu que os pagamentos aos beneficiários que recebem pelo Agibank continuarão sendo feitos normalmente. Quem teve pedido de portabilidade negado deve acionar a Ouvidoria do INSS.
Até o fechamento deste texto, o Agibank não havia se manifestado publicamente sobre a decisão.