No período entre janeiro de 2023 e outubro de 2025, o Bolsa Família registrou uma diminuição nos beneficiários e no valor dos repasses. Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que 31,25% dos participantes iniciais não faziam mais parte do programa em 2025.
Esses dados foram coletados no Rio de Janeiro, e apontam para uma rotatividade saudável, destacando o Bolsa Família como medida temporária de proteção social.
Este estudo, realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, avaliou também a saída de beneficiários desde 2014. Constatou-se que 60,68% das pessoas cadastradas na época deixaram de depender do auxílio até 2025.
A análise destacou o impacto positivo em adolescentes, com 68,8% dos jovens de 11 a 14 anos e 71,25% dos de 15 a 17 anos deixando o programa, particularmente nas áreas urbanas.
Mecanismo de amortecimento econômico
Um fator crucial do programa é a Regra de Proteção. Este mecanismo permite que, mesmo após um aumento temporário de renda, as famílias possam permanecer no Bolsa Família por um certo período.
Isso serve como um amortecedor econômico, evitando quedas abruptas de renda e possibilitando uma transição suave para o mercado de trabalho formal. Se enfrentarem novas dificuldades financeiras, as famílias podem retornar ao programa sem fila de espera, incentivando a formalização no mercado.
Efeitos na longa duração
O impacto do Bolsa Família ao longo da última década é visível. Muitos “filhos do Bolsa Família” romperam com o ciclo de dependência, com mais de 50% dos jovens de 15 a 17 anos não mais participando do programa em 2025.
Além disso, 28,4% desses jovens já possuíam vínculo formal de emprego em 2023, revelando uma inclusão maior no mercado formal e a eficácia do Bolsa Família em proporcionar autonomia aos seus beneficiários.




