O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), confirmou que a definição do candidato da direita à Presidência da República em 2026 será coordenada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A decisão foi revelada durante entrevista à CNN Brasil e marca o início formal das articulações do campo conservador para a disputa eleitoral.
Segundo o parlamentar, a decisão final sobre o nome que representará a direita deve ser tomada até março de 2026. O papel de Flávio Bolsonaro será central, dada sua proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — hoje em prisão domiciliar e inelegível até 2062 por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Flávio tem assumido, nos bastidores, a função de porta-voz político do pai, dialogando com governadores, deputados e dirigentes partidários. Ele também atua na mediação de conflitos internos entre aliados bolsonaristas e outros líderes da direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O senador foi o escolhido por Jair Bolsonaro para centralizar as decisões estratégicas da direita, inclusive a definição de alianças estaduais. Interlocutores afirmam que ele tem realizado reuniões com lideranças do PP, PL e União Brasil, em busca de uma frente unificada.
Nomes em avaliação
Entre os possíveis nomes para a disputa presidencial, Tarcísio de Freitas segue como o favorito entre aliados do ex-presidente, embora repita publicamente que pretende concorrer à reeleição em São Paulo.
Outro nome mencionado é o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que desponta como opção para vice-presidência ou para o Senado pelo Distrito Federal, ampliando sua visibilidade nacional à frente do PL Mulher.
Nos bastidores, há também quem defenda que o próprio Flávio Bolsonaro poderia herdar o capital político do pai, embora ele negue a possibilidade e reafirme sua intenção de buscar reeleição ao Senado.
Pressão e impasses na direita
Enquanto o PL planeja definir o candidato apenas no início de 2026, partidos do Centrão, como PP e União Brasil, defendem uma decisão mais rápida para fortalecer a imagem nacional do escolhido e iniciar viagens pelos estados.
A estratégia do PL, porém, é manter Jair Bolsonaro como eixo central do debate político, mesmo diante da inelegibilidade, reforçando sua influência sobre o eleitorado conservador.
O ex-presidente foi condenado a 27 anos de prisão no caso da suposta trama golpista e permanece em prisão domiciliardesde agosto de 2025. Apesar disso, continua a exercer forte influência política sobre o PL e sobre o eleitorado de direita.
Flávio Bolsonaro, por sua vez, intensificou sua atuação pública, criticando o STF e o governo Lula, em especial nas áreas de segurança e economia. O senador tem buscado unificar o discurso dos bolsonaristas, inclusive mediando tensões com o irmão Eduardo Bolsonaro, que vive nos Estados Unidos e mantém posição mais radical.




