De acordo com as informações divulgadas pelo portal UOL, o Brasil está sendo acusado de espionagem pelo governo do Paraguai, após ser descoberto um software de segurança cibernética, conhecido como Cobalt Strike, que estava sendo usado de forma indevida. Durante a investigação sobre esse programa, um funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelou durante seu depoimento à Polícia Federal sobre a suposta espionagem brasileira ao país vizinho.
Segundo o relato, nessa operação foi utilizada a ferramenta citada, que originalmente, foi criada para simular ataques e identificar vulnerabilidades em sistemas de segurança. No entanto, também houve envio de e-mails com engenharia social para capturar senhas, cookies de sessão e acessos de autoridades paraguaias. Pelo o que foi apurado, o objetivo dessa “espionagem” era de obter informações sigilosas sobre negociações da usina de Itaipu, que pertence aos dois países.
Quando o assunto se popularizou, o governo federal se pronunciou e emitiu uma nota explicando que interrompeu a ação assim que ficou sabendo dela, em março de 2023.
O que é o Cobalt Strike?
A ferramenta foi criada em 2012 e obtida pela empresa de cibersegurança Fortra em 2020, sendo comercializada como uma solução para testes de penetração, permitindo que empresas simulam ataques cibernéticos para fortalecer suas defesas. A licença básica para usar o programa custa US$ 3.540 (cerca de R$ 20 mil).
Mas, ela também pode ser uma ferramenta que obtém dados, então é possível usá-la para atacar o computador de uma empresa ou de terceiros, que se aproveita da vulnerabilidade de segurança já conhecida. Através do chamado “phishing”, a vítima é induzida a baixar um arquivo malicioso por um anexo no e-mail ou um link falso, por exemplo.
Apesar da nota emitida pelo governo Lula, os portais de notícias destacam que o caso continua repercutindo entre os diplomatas dos países, tanto que o governo paraguaio convocou o embaixador brasileiro para prestar esclarecimentos.
