O dia 1º de julho de 2025 entrou para a história da indústria automotiva brasileira. Em Camaçari, na Bahia, a BYD apresentou oficialmente o primeiro carro elétrico produzido em série no Brasil, o Dolphin Mini, marcando o início de uma nova fase para a mobilidade sustentável no país. O evento, realizado no galpão de 160 mil metros quadrados do complexo adquirido da Ford em 2023, foi descrito pela empresa como “um momento histórico não apenas para a BYD, mas para toda a América Latina”.
O Dolphin Mini, que já superou 1 milhão de unidades produzidas globalmente e conquistou o título de Carro Urbano do Ano de 2025 pelo World Car Awards, chega ao Brasil como um fenômeno: mais de 34 mil unidades já foram vendidas no país antes mesmo da produção em larga escala. “Escolhemos a Bahia pela força de seu povo e pelo potencial transformador da região”, declarou Stella Li, vice-presidente executiva global da BYD e CEO da empresa nas Américas e Europa.

Produção em fases e promessa de expansão
Apesar do lançamento simbólico, a produção em escala industrial só deve começar entre o fim de julho e o início de agosto. Os modelos apresentados – Dolphin Mini e Song Pro – fazem parte de uma etapa de testes e validações e não serão vendidos. Segundo Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD para o Brasil, a montadora pretende produzir 50 mil veículos até o fim de 2025 e 150 mil unidades em 2026.
A operação, por enquanto, ocorre no formato SKD (semi knocked-down) – os carros chegam parcialmente desmontados do exterior e passam pela montagem final no Brasil. A meta, no entanto, é evoluir rapidamente para produção nacional completa, com 160 fornecedores brasileiros já qualificados para atender à fábrica.
Impacto econômico e social
A inauguração do Dolphin Mini não é apenas um marco tecnológico, mas também econômico: a BYD anunciou a abertura de 3 mil vagas de emprego ainda em 2025, abrangendo engenheiros, técnicos, operadores de linha, profissionais de logística e tecnologia, além de cargos administrativos.
Apesar do avanço, o projeto enfrenta desafios. Parte das obras do complexo segue embargada pelo Ministério Público do Trabalho, após denúncias de condições inadequadas. Enquanto isso, a BYD opera em áreas liberadas, com seis linhas de montagem paralelas – duas já em funcionamento para validação dos primeiros veículos.