O retorno do horário de verão no Brasil está em pauta novamente, com provável implementação em 2025. Suspenso em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, a medida está sob revisão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do Ministério de Minas e Energia (MME).
Estes órgãos avaliam a reintrodução do ajuste de relógios com base em projeções de consumo energético e na necessidade de ajustar o suprimento nos horários de pico, especialmente ao fim do dia. A potencial reintrodução visa reduzir a pressão sobre o sistema elétrico e aproveitar ao máximo a luz solar.
A justificativa técnica para a volta do horário de verão foca em minimizar a demanda energética entre 18h e 19h. O ajuste dos relógios pode ajudar a mitigar problemas no fornecimento elétrico, reduzindo a necessidade do uso de termelétricas, que são mais caras e poluentes.
No entanto, a decisão final dependerá dos resultados de estudos detalhados sobre a demanda energética para os próximos meses e anos. Nada foi determinado ainda.
Interpretação econômica do horário de verão
Desde a descontinuação do horário de verão, o setor comercial pressiona por sua volta. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) afirma que a medida pode aumentar o fluxo de clientes entre 18h e 21h, gerando um aumento de até 50% no movimento e no faturamento de 10% a 15% mensalmente.
Adicionalmente, lojistas veem a medida como uma oportunidade de ampliar as vendas noturnas. Esses dados mostram que o horário de verão não impacta apenas na redução do consumo energético, mas também na economia local.
Dessa forma, a medida poderia contribuir para a geração de empregos e o incremento na arrecadação de impostos. A implementação não só enfrentaria desafios energéticos, como também estimularia a economia em um momento crucial, evidenciando sua dupla função.
Preocupações
Segundo o ONS, o Brasil enfrenta um aumento constante na demanda por energia. A previsão é de um crescimento de 14,1% na carga até 2029, com um aumento anual de 3,4%.
A intermitência das fontes solar e eólica, principalmente à noite, não supre toda a demanda, que ainda é agravada pela fragilidade da geração hídrica devido às secas.