O Brasil conquistou um feito inédito e histórico: pela primeira vez, uma empresa brasileira venceu o Earthshot Prize, considerado o “Oscar da Sustentabilidade”. A vencedora foi a re.green, que recebeu o prêmio na categoria “Proteger e Restaurar a Natureza” durante cerimônia realizada nesta quarta-feira (5), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
A re.green foi reconhecida por seu uso de inteligência artificial e dados de satélite para identificar áreas ideais para reflorestamento na Amazônia e na Mata Atlântica. O projeto combina ciência, tecnologia e sustentabilidade, tornando o processo de restauração florestal não apenas ambientalmente eficiente, mas também economicamente viável, por meio da geração de créditos de carbono e madeira sustentável.
Desde 2021, a empresa já plantou mais de seis milhões de mudas e tem como meta chegar a 65 milhões até 2032. A proposta alia proteção à biodiversidade e apoio às comunidades locais, mostrando que é possível unir inovação, preservação e desenvolvimento econômico.
Reconhecimento mundial e prêmio milionário
A vitória da re.green foi celebrada diante de uma plateia estrelada, que contou com a presença do príncipe William, idealizador do prêmio, e do primeiro-ministro britânico Keir Starmer. Cada vencedor recebeu 1 milhão de libras esterlinas — cerca de R$ 7 milhões — para impulsionar o projeto.
Criado em 2020, o Earthshot Prize busca identificar e acelerar soluções ambientais com potencial de restaurar o planeta até 2030. Em 2025, a cerimônia foi realizada pela primeira vez na América Latina, marcando o protagonismo brasileiro nas discussões sobre sustentabilidade global.
Disputa e presença brasileira de peso
O Brasil teve dois projetos finalistas na categoria “Proteger e Restaurar a Natureza”: a re.green e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa do governo federal representada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Apesar de não ter levado o prêmio, o TFFF foi elogiado pela ambientalista Christiana Figueres, presidente do conselho do Earthshot, que classificou o fundo como “uma das estruturas financeiras mais corajosas e inovadoras já apresentadas” para o enfrentamento da crise climática.




