Depois de oito anos sem representantes brasileiros no grid da Fórmula 1, o público voltará a ver um piloto do país na pista. Gabriel Bortoleto, de 21 anos, fará neste domingo (9) a estreia no Grande Prêmio de São Paulo, no Autódromo de Interlagos, pela equipe Sauber, encerrando o jejum iniciado após a despedida de Felipe Massa, em 2017.
O retorno do Brasil ao grid em solo nacional acontece em meio à disputa acirrada pelo título mundial entre Lando Norrise Oscar Piastri, mas promete atrair os holofotes também pela presença do jovem paulista, que vive o auge da carreira.
Nascido em Osasco (SP), Gabriel Bortoleto começou a competir no kart aos 6 anos e, aos 11, mudou-se para a Itália em busca do sonho de chegar à Fórmula 1. A trajetória foi rápida: conquistou o título da FIA Fórmula 3 em 2023 e, no ano seguinte, sagrou-se campeão da FIA Fórmula 2, resultado que abriu as portas para a principal categoria do automobilismo mundial.
A ascensão contou com apoio decisivo da família. O irmão mais velho, Enzo Bortoleto, também tentou carreira como piloto, mas decidiu abandonar as pistas para se dedicar à administração da carreira de Gabriel. O pai, Lincoln Oliveira, é CEO da Vicar — empresa que organiza a Stock Car e controla o Grupo Veloci —, o que faz do novo piloto da Sauber uma figura de destaque no cenário do automobilismo nacional.
Salário milionário
Mesmo em sua primeira temporada, Bortoleto já figura entre os estreantes mais bem pagos do grid. Segundo a imprensa internacional, o brasileiro recebe cerca de US$ 2 milhões por ano (aproximadamente R$ 10,7 milhões), valor equivalente ao de outros novatos promissores, como o italiano Kimi Antonelli, da Mercedes.
Apesar do bom contrato, a diferença para os principais nomes da categoria é expressiva: Max Verstappen, da Red Bull, fatura cerca de US$ 65 milhões anuais, enquanto Lewis Hamilton, agora na Ferrari, recebe em torno de US$ 60 milhões.
A despedida de Felipe Massa
A última vez que um brasileiro competiu em Interlagos foi em 12 de novembro de 2017, quando Felipe Massa se despediu da Fórmula 1 pilotando pela Williams Racing. Na ocasião, o vice-campeão de 2008 terminou a prova em sétimo lugar, emocionou o público com a volta de honra exibindo a bandeira do Brasil e recebeu homenagens de pilotos e fãs.
A cena, marcada por aplausos e pela presença do filho Felipinho, virou símbolo do fim de uma era do automobilismo brasileiro. Agora, oito anos depois, Gabriel Bortoleto assume o papel de reabrir esse capítulo, com a missão de representar novamente o país em casa e renovar a esperança de ver o Brasil brilhar na Fórmula 1.
