Um surto de botulismo ligado ao consumo de “cime di rapa” — hortaliça italiana semelhante ao brócolis — deixou duas pessoas mortas e mais de 14 hospitalizadas na região da Calábria, no sul da Itália. As autoridades sanitárias emitiram um alerta nacional e determinaram o recolhimento de lotes do produto suspeito.
A primeira vítima foi Luigi Di Sarno, 52 anos, artista e músico, que passou mal após comer um sanduíche com linguiça grelhada e “cime di rapa” vendido por um food truck na cidade litorânea de Diamante. Ele viajava de volta para casa com a família quando apresentou sintomas graves. Socorrido na cidade de Basilicata, não resistiu antes de chegar ao hospital.

Dias depois, Tamara D’Acunto, 45 anos, também morreu em decorrência da intoxicação. Entre os internados estão dois adolescentes de 17 anos e duas mulheres na faixa dos 40 anos, sendo que pelo menos dois pacientes permanecem em estado grave.

Produto e investigação
O Ministério da Saúde ordenou o recolhimento de quatro lotes da conserva de “cime di rapa” das marcas Bel Sapore e Vittoria, com validade até março e abril de 2028. O veículo do food truck foi apreendido, e nove pessoas — incluindo o proprietário, três funcionários da empresa fornecedora e cinco médicos que atenderam as vítimas — são investigadas.
A suspeita é de que o alimento tenha sido contaminado pela bactéria Clostridium botulinum, responsável por produzir a toxina do botulismo, que ataca o sistema nervoso e pode levar à morte por paralisia respiratória.
Casos recentes e risco
O episódio ocorre menos de um mês após outro surto de botulismo na Sardenha, onde oito pessoas adoeceram e uma mulher de 38 anos morreu após consumir guacamole contaminado.
Especialistas reforçam que o botulismo é raro, mas exige diagnóstico rápido e tratamento imediato com antitoxina. Em alimentos, geralmente está associado a produtos mal conservados ou envasados de forma inadequada.