A BYD anunciou uma ofensiva de preços no mercado brasileiro. A montadora chinesa lançará uma nova versão de entrada do Dolphin Mini, seu carro elétrico mais vendido no país, que custará menos de R$ 100 mil para públicos com direito a isenção fiscal — como taxistas e pessoas com deficiência (PCD).
A novidade chega dias após a inauguração da primeira fábrica da BYD no Brasil, em Camaçari (BA), que promete revolucionar a indústria automotiva nacional.
A versão de entrada Dolphin Mini GL terá preço público sugerido de R$ 118.990, mas com a aplicação das isenções de IPI e ICMS, o valor cai para R$ 99.990 para PCD e R$ 98.590 para taxistas. Para produtores rurais e empresas com CNPJ, o desconto é de 10%, com preço final de R$ 107.091.
O modelo traz bateria menor de 30,08 kWh, com autonomia de até 250 km, segundo o Inmetro — contra os 280 km da versão original de 38 kWh. O motor elétrico entrega 75 cv de potência e 13,8 kgfm de torque.

Híbridos nacionais também entram na lista
A estratégia da BYD inclui também os híbridos King e Song Pro, ambos produzidos no Brasil.
- O King GL cai de R$ 169.990 para R$ 124.990 (taxistas) e R$ 132.090 (PCD).
- O Song Pro GL, SUV médio da marca, sai de R$ 189.990 para R$ 132.990 (taxistas) e R$ 147.990 (PCD).
A nova planta de Camaçari, inaugurada oficialmente em 9 de outubro, é a maior unidade da BYD fora da Ásia e a maior fábrica de veículos elétricos da América Latina. Com área de 4,6 milhões de m² — o equivalente a 645 campos de futebol —, a instalação tem capacidade inicial de 150 mil veículos por ano, podendo chegar a 600 mil quando estiver totalmente concluída.
O investimento é de R$ 5,5 bilhões, e a montadora já gera mais de 1,5 mil empregos diretos, com expectativa de alcançar 20 mil postos de trabalho à medida que as operações se expandirem.
Inicialmente, a produção funcionará em sistema SKD (Semi Knocked-Down), com veículos parcialmente montados e componentes vindos da China. A transição para uma produção 100% nacional — com estampagem, soldagem e pintura locais — deve ocorrer ao longo de 2026.
Meta: estar entre as três maiores até 2028
Com a nova política de preços e incentivos fiscais, a BYD quer acelerar sua presença no país. A meta é estar entre as três maiores montadoras do Brasil até 2028 e liderar o mercado até 2030.
“A instalação da fábrica em Camaçari e a produção local marcam o início de uma nova fase para a mobilidade elétrica no Brasil”, afirmou Stella Li, vice-presidente global da BYD, durante a inauguração.
O Dolphin Mini, agora com versão abaixo dos R$ 100 mil, se torna o carro elétrico mais acessível do país — um movimento que promete intensificar a disputa no setor e consolidar o avanço da eletrificação automotiva nacional.