A BYD, montadora chinesa de veículos elétricos e híbridos, está em plena expansão no Brasil e acaba de anunciar 508 vagas imediatas na sua nova fábrica em Camaçari (BA). Até 2026, a expectativa é chegar a 3.000 empregos diretos e até 20 mil postos diretos e indiretos em todo o estado.
As oportunidades foram divulgadas durante a inauguração da unidade, que marca a primeira linha de produção de carros elétricos e híbridos da BYD no país, neste mês.
Os interessados devem se inscrever gratuitamente pelo SineBahia, órgão estadual de intermediação de trabalho.
As vagas já estão disponíveis e divididas em 25 funções, incluindo:
- Operador de Produção (100 vagas);
- Operador Logístico (50 vagas);
- Soldador (50 vagas);
- Operador de Empilhadeira, entre outras funções técnicas e administrativas.
O atendimento presencial é feito nos postos do SineBahia e no Centro de Intermediação e Apoio ao Trabalhador (CIAT), em Camaçari.
Mutirão e orientação para candidatos
Na última semana, a BYD realizou, em parceria com o CIAT e o SineBahia, um mutirão de recrutamento na Casa do Trabalho, em Camaçari, para acelerar a seleção dos primeiros colaboradores.
Nos dois dias de evento (24 e 26 de julho), cerca de 850 candidatos foram atendidos e receberam orientação sobre as etapas do processo.
Segundo Tyler Lie, presidente da BYD Auto do Brasil, a ação é estratégica:
“Com esta iniciativa, reforçamos o compromisso da BYD com a geração de emprego e renda na Bahia e com o desenvolvimento social de Camaçari.”
A chegada da BYD em Camaçari ocorre após o encerramento das operações da Ford na região, criando um novo ciclo de industrialização e geração de renda no polo automotivo.
Com apoio do Governo da Bahia, a montadora já homologou fornecedores locais — como a Continental, que produzirá pneus no Brasil — e está investindo na construção de novos galpões e linhas produtivas.
Críticas e polêmicas envolvendo a fábrica
Apesar das vagas e do impacto econômico, a operação da BYD na Bahia já foi alvo de denúncias graves.
Em junho de 2025, uma investigação da Agência Pública revelou condições degradantes de trabalho nos canteiros de obras da fábrica, com acusações de trabalho análogo à escravidão envolvendo operários trazidos por uma construtora chinesa contratada pela montadora.
O caso resultou em processos do Ministério Público do Trabalho (MPT) e no embargo parcial das obras.
Após a repercussão, a BYD rompeu contrato com a construtora estrangeira e contratou uma empreiteira brasileira para continuar a expansão da unidade.
Em nota, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) confirmou que as obras foram liberadas em 8 de julho, após ajustes e novas garantias de condições adequadas aos trabalhadores.