Dermatologistas do mundo todo se reuniram em Chicago (EUA), durante o Hair Health Summit, para debater os avanços mais recentes em diagnóstico e tratamento das doenças capilares. O evento destacou pesquisas inéditas, medicamentos em desenvolvimento e condutas já aplicadas no dia a dia.
Entre as novidades, ganhou destaque o minoxidil oral, um comprimido em estudo nos Estados Unidos que se mostrou mais eficaz do que shampoos, loções ou espumas aplicadas diretamente no couro cabeludo. Antes usado para tratar hipertensão, o fármaco vem sendo testado em doses baixas para estimular o crescimento de fios.
“A versão oral é uma alternativa para pacientes que não toleram o uso tópico, seja por alergia ou pela dificuldade de manter a aplicação frequente. Além disso, a adesão costuma ser melhor, já que a loção nem sempre é agradável cosmeticamente”, explica a dermatologista Emilly Neves, que participou do encontro.
Benefícios e riscos
De acordo com os especialistas, o medicamento apresenta um perfil de segurança robusto, mas não está isento de riscos. O efeito adverso mais grave identificado é a efusão pericárdica (acúmulo de líquido no coração), embora raro. Entre os efeitos mais comuns estão:
- Hipertricose (excesso de pelos no corpo e no rosto, mais incômodo para mulheres);
- Taquicardia reflexa e tontura nas primeiras semanas;
- Inchaços em mãos, pés e face em casos mais raros.
O uso é contraindicado para gestantes, lactantes e pacientes com histórico de insuficiência cardíaca, pericardite ou problemas graves de circulação. Pessoas com arritmias, pressão baixa ou insuficiência renal devem ser avaliadas por um especialista antes de iniciar o tratamento.
Situação no Brasil
No país, ainda não há cápsulas industrializadas de minoxidil oral 5mg, como em outros mercados. A versão disponível é manipulada em farmácias, sob prescrição médica.
“É fundamental que a manipulação seja feita em estabelecimentos credenciados e com a dosagem correta. O acompanhamento profissional é indispensável para ajustar a dose conforme a resposta clínica e os efeitos colaterais”, alerta a dermatologista.




