Os brasileiros ganharam um motivo para comemorar no início de julho: os preços dos alimentos, incluindo carnes, começaram a cair nos supermercados. A informação vem de um estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), divulgado nesta quarta-feira (2), que apontou a primeira deflação mensal nos alimentos em dez meses, aliviando o orçamento das famílias após meses de alta.
Entre os destaques da queda estão as carnes, com destaque para:
- Frango e pescado: recuo de 2%;
- Carne suína: queda de 1%;
- Carne bovina: redução de 0,75%.
A tendência de queda está ligada ao aumento da oferta no campo, com boas safras e melhora nas condições climáticas, o que tem contribuído para baixar os preços no varejo.
Outros alimentos essenciais na mesa do brasileiro também ficaram mais acessíveis:
- Arroz: queda de 2,4% em junho e acumulado de 15% no ano;
- Feijão: recuo de 0,7% no mês;
- Ovos: redução de 6% após meses de alta;
- Leite: caiu 1,6% no varejo;
- Batata, cebola e verduras: recuo médio de 4% nos produtos in natura.
O óleo de soja, que vinha liderando as quedas no semestre com recuo acumulado de 11%, teve redução menor em junho (0,9%), o que pode indicar uma estabilidade nos próximos meses.
Apesar da tendência de alívio, o café em pó continua pressionando os preços. Mesmo com desaceleração na alta — 2,47% em junho, contra média de 7% nos meses anteriores —, o consumidor ainda paga 86,5% a mais que há um ano. Com o avanço da colheita, porém, a expectativa é de que os preços comecem a recuar.
Inflação desacelera
A deflação nos alimentos contribuiu para a desaceleração da inflação, segundo o IPCA-15, prévia oficial medida pelo IBGE. Em junho, o índice foi de 0,26%, abaixo da expectativa do mercado. Nos últimos 12 meses, a inflação ficou em 5,27%, ainda acima da meta de 3% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, mas com viés de queda.
Enquanto os produtos frescos e agrícolas estão mais baratos, os industrializados continuam em alta, com elevação de 0,82% em São Paulo. Derivados de leite, carnes processadas, panificados e massas ainda pressionam os preços.
Com a continuidade da colheita e melhora da oferta agrícola, os alimentos devem seguir em queda no curto prazo, trazendo alívio para os consumidores. A expectativa é de que isso ajude também a conter a inflação, com impacto direto no poder de compra das famílias.