O governo da China emitiu um alerta severo nesta quinta-feira (11) orientando que cidadãos chineses evitem viajar ao Japão “no futuro imediato”, após uma sequência de fortes terremotos atingir a costa leste da ilha de Honshu desde 8 de dezembro.
O aviso aumentou a apreensão internacional, já que autoridades japonesas admitem a possibilidade de novos abalos de grande intensidade nos próximos dias.
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o país vizinho vive uma situação “instável e perigosa” devido aos tremores recentes, incluindo o terremoto de magnitude 7,5 registrado na segunda-feira (8). O fenômeno provocou ondas de tsunami, dezenas de feridos e deixou mais de 100 mil pessoas sob ordens de evacuação, segundo autoridades japonesas.
“Compatriotas no Japão devem monitorar de perto alertas de emergência sobre terremotos e desastres secundários”, diz o comunicado divulgado pelo ministério e pela embaixada da China em Tóquio. A orientação reforça que turistas e residentes devem seguir instruções de evacuação e evitar zonas costeiras consideradas de alto risco.
O porta-voz do ministério, Guo Jiakun, afirmou que o aviso tem caráter estritamente consular e não político.
“O governo chinês emite alertas oportunos por responsabilidade com a segurança e a saúde dos cidadãos. Proteger chineses no exterior é dever fundamental da nossa diplomacia”, declarou Guo.
Japão responde e tenta evitar crise diplomática
Em Tóquio, o vice-secretário-chefe do Gabinete japonês, Sato Kei, disse que o governo tem se empenhado em fornecer informações “precisas e rápidas” sobre prevenção de desastres.
“O Japão mantém sua posição de promover intercâmbios privados e atividades empresariais com a China”, afirmou.
Ele também destacou que a administração japonesa continuará monitorando a situação sísmica para agir “de forma apropriada”.
O alerta chinês ocorre semanas após Pequim já ter aconselhado seus cidadãos a evitar viagens ao Japão, citando o que classificou como “piora na segurança interna”. A recomendação anterior veio após declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan — tema sensível para o governo chinês.
Apesar do contexto político, Pequim insiste que o aviso atual tem motivação estritamente geológica.




