O início da construção de uma nova usina hidrelétrica no Tibete, China, anunciado pelo primeiro-ministro Li Qiang, gerou uma onda de otimismo no mercado global de minério de ferro. Iniciada neste mês de julho, essa obra promete elevar a demanda por aço e favorecer siderúrgicas ao redor do mundo.
Localizado no rio Yarlung Tsangpo, o projeto é financiado em US$ 170 bilhões e inclui cinco barragens em cascata. Esta é a maior iniciativa desde a construção da Usina de Três Gargantas.
A expectativa é que o empreendimento transforme o setor de construção civil na China, exigindo grandes volumes de aço. A hidrelétrica será a maior do planeta.
Impactos no setor de mineração
A construção da usina já repercutiu no aumento dos preços do minério de ferro. Na bolsa de Dalian, o contrato futuro de setembro avançou 2,08%. Na bolsa de Cingapura, o contrato para agosto subiu 2,81%.
A crescente demanda por aço devido ao projeto está beneficiando ações de empresas como Vale, CSN e Gerdau. Esse cenário ilustra a relevância do projeto no fortalecimento dos mercados globais de matérias-primas.
Desafios ambientais
O megaprojeto enfrenta desafios significativos, incluindo questões ambientais e geopolíticas. A localização escolhida é rica em biodiversidade, suscitando preocupações de países como Índia e Bangladesh em relação à gestão dos recursos hídricos.
O rio Yarlung Tsangpo se transforma no rio Brahmaputra, essencial para milhões de pessoas. Embora as autoridades chinesas assegurem que o projeto contribuirá para a meta de neutralidade de carbono até 2060, organizações ambientais permanecem atentas aos riscos ecológicos.