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Cidade apelidada de Inferno na Terra está cheia de ouro, mas poucos tem coragem de adentrá-la

Por Pedro Silvini
20/05/2025
Em Geral
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La Rinconada

La Rinconada - cidade com ouro (Reprodução/Getty Images)

Cravada nos Andes peruanos, a cidade de La Rinconada carrega dois títulos que a tornam única: é a cidade mais alta do planeta, situada a 5.100 metros acima do nível do mar, e também uma das mais difíceis de se viver. O lugar, apelidado de “Inferno na Terra”, abriga cerca de 30 mil pessoas que enfrentam frio intenso, falta de infraestrutura básica e ar rarefeito — tudo isso em troca de um único motivo: o ouro.

Mesmo com temperaturas médias em torno de 1,3°C, ausência de saneamento básico, coleta de lixo inexistente e acesso precário a energia elétrica, milhares de pessoas vivem em La Rinconada ou se aventuram para lá diariamente, guiadas pela promessa de riqueza nas minas de ouro da região.

O que sustenta La Rinconada é a mineração informal. A cidade cresceu impulsionada pela “febre do ouro” e, até hoje, sobrevive da extração manual do metal precioso. O sistema mais comum de trabalho local, conhecido como “cachorreo”, obriga os mineiros a trabalharem sem pagamento por semanas, com a chance de receber uma quantidade de minério no último dia como compensação. Uma espécie de loteria diária, onde muitos arriscam a vida e saem de mãos vazias.

Esse método, aliado à falta de regulamentação, provoca contaminação generalizada por mercúrio, utilizado na separação do ouro, envenenando o solo, os rios e o ar. Segundo a National Geographic, a cidade já é considerada tóxica para a saúde humana, com consequências graves como intoxicação lenta, problemas respiratórios e neurológicos.

Documentário mostra a vida na cidade (Reprodução/Lethal Crysis)

Sobrevivendo a 5 mil metros de altitude

Viver em La Rinconada significa adaptar o corpo a um ambiente extremo. O baixo nível de oxigênio — cerca de 60% do que se encontra ao nível do mar — provoca mal de montanha crônico, com sintomas como dores de cabeça, fadiga constante, náuseas e perda de apetite. A estimativa é que uma em cada quatro pessoas na cidade sofra da condição, que pode comprometer seriamente a saúde ao longo do tempo.

Estudos recentes mostram que os moradores desenvolveram adaptações biológicas raras, como a produção elevada de hemoglobina para captar oxigênio e altos níveis de ceruloplasmina, proteína essencial para absorção de ferro. Ainda assim, a expectativa de vida em La Rinconada é de apenas 35 anos, praticamente metade da média nacional do Peru.

Mesmo diante de condições extremas, La Rinconada continua crescendo. Pessoas de diferentes regiões do Peru e até de outros países sul-americanos continuam chegando à cidade, motivadas pela promessa do ouro.

Muitos falam espanhol, aimará e quéchua, e vivem em moradias improvisadas, muitas vezes sem acesso à água potável ou alimentos frescos — que precisam ser trazidos de regiões mais baixas, encarecendo ainda mais o custo de vida.

Pedro Silvini

Pedro Silvini

Jornalista em formação pela Universidade de Taubaté (UNITAU), colunista de conteúdo social e opinativo. Apaixonado por cinema, música, literatura e cultura regional.

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