O município de Anhanguera, no sul de Goiás, viu sua população encolher ainda mais em 2025. Com apenas 44 km² de área territorial, a cidade é a menor do estado e também a que reúne o menor número de habitantes.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população local passou de 921 para 913 moradores entre 2024 e 2025, uma redução de oito pessoas.
Localizada a cerca de 270 km de Goiânia, Anhanguera foi formada por turmeiros, sírios e libaneses atraídos pela antiga Estrada de Ferro Goiás. O povoado se tornou distrito de Cumari em 1948 e, poucos anos depois, conquistou autonomia administrativa, em 1953.
Hoje, a cidade é reconhecida pela tranquilidade, segurança e acolhimento de seus moradores. Ainda assim, o título de “menor cidade de Goiás” — e a terceira menor do Brasil — traz consigo o alerta para o risco de esvaziamento populacional.
Sem nascimentos há duas décadas
Outro dado que chama atenção é a ausência de novos moradores nascidos no município. Segundo a prefeitura, o último nascimento registrado em Anhanguera ocorreu em 2003.
A jovem Lidiane Aparecida, hoje com 20 anos, foi a última “anhanguerina” a nascer na cidade.
“Eu nasci em casa, não deu tempo de ir para um hospital em Catalão. Eu fui a última a nascer aqui, pelas mãos de uma parteira. Muita gente foi lá para me ver nascer”, contou ao G1.
A explicação para a ausência de partos está no fato de que a cidade conta apenas com uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Para dar à luz, as gestantes precisam se deslocar até municípios vizinhos, como Catalão.
O futuro em risco
Com menos de mil habitantes e nenhum registro de novos nascimentos há 20 anos, Anhanguera enfrenta o desafio de manter sua população e garantir serviços básicos à comunidade.
Para especialistas, cidades como Anhanguera revelam o impacto do êxodo rural e da falta de oportunidades em municípios pequenos, o que ameaça a sobrevivência de localidades históricas no interior do Brasil.