O município de Rio Bonito do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, enfrenta um dos maiores desastres naturais da história do estado. Segundo a Defesa Civil, o tornado de categoria EF3, com ventos de até 250 km/h, destruiu mais de 90% da cidade, que tem cerca de 14 mil habitantes. O balanço oficial aponta seis mortos, ao menos 750 feridos e mais de mil moradores desalojados.
O prefeito Sezar Augusto Bovino afirmou que o município “terá de ser reconstruído do zero”. A força do fenômeno, registrado na sexta-feira (7), devastou casas, escolas, comércios e a infraestrutura urbana. A realização do Enem 2025, que estava marcada para domingo (9), foi suspensa na cidade.
Desde o fim de semana, o governo estadual e a prefeitura atuam em conjunto com voluntários e órgãos de segurança para garantir abrigo e assistência à população. Até esta segunda-feira (10), a Defesa Civil já havia enviado 4 toneladas de alimentos, 565 colchões, 370 kits dormitório, 154 kits de higiene, 100 kits de limpeza, 2.600 telhas e 54 rolos de lona ao município.
O secretário de Estado das Cidades, Guto Silva, destacou que a principal prioridade agora é proteger as moradias atingidas. “Há previsão de chuva para quinta-feira, então o esforço é garantir cobertura às casas. Também pedimos apoio de pedreiros, encanadores, eletricistas e carpinteiros da região, porque a mão de obra é essencial neste momento”, afirmou.
Devido ao grande volume de doações, a Defesa Civil orienta que os envios sejam feitos a unidades do Corpo de Bombeiros, e não diretamente na cidade, já que os espaços de armazenamento em Rio Bonito do Iguaçu estão lotados.
Casas provisórias e auxílio financeiro
O governo estadual anunciou apoio financeiro de até R$ 50 mil para famílias que perderam suas residências, conforme projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná neste domingo (9). A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e o Crea-PR realizam um levantamento técnico para identificar imóveis que poderão ser reformados e os locais onde começarão as novas construções.
Uma empresa do Rio Grande do Sul também se comprometeu a erguer 120 moradias provisórias, equipadas com banheiro e estrutura básica, que serão entregues sem custo às famílias desabrigadas.
Foco na limpeza e retomada
De acordo com o prefeito Sezar Bovino, o município entra agora em uma nova fase, voltada à limpeza urbana e à reconstrução. “Hoje é o momento da retomada. Já atendemos as emergências hospitalares e a assistência social. Agora, nosso foco é reconstruir parcialmente as casas e preparar o terreno para novas moradias”, declarou.
As equipes locais trabalham para restabelecer o mínimo de infraestrutura, permitindo que as famílias retornem às residências com segurança. “Queremos ajudar as pessoas para que, em dois ou três dias, consigam acender uma lâmpada dentro de casa”, disse o prefeito.
O levantamento cadastral das famílias que perderam 100% de suas casas também já começou, com identificação dos lotes e planejamento das obras.




