Recife, capital de Pernambuco, é um dos destinos mais singulares do Brasil. Com pouco mais de 1,4 milhão de habitantes, segundo o IBGE, a cidade combina a força urbana de uma metrópole com o charme litorâneo. Mas é sua geografia marcada pela água — rios, canais e pontes — que rende à capital o apelido de “Veneza Brasileira”, expressão que acompanha o município desde o século XIX.
O título não é gratuito. Recife nasceu e se desenvolveu sobre ilhas como Santo Antônio, Boa Vista e Recife Antigo, entrecortadas pelos rios Capibaribe, Beberibe e Jordão, que funcionam como eixos naturais de circulação, referências culturais e parte fundamental da história local.

Além dos cursos naturais, a cidade possui uma complexa rede de canais artificiais construídos ao longo dos séculos para drenar áreas alagadiças e prevenir enchentes — estruturas que contribuíram para o planejamento urbano e para a paisagem característica.
Entre as pontes mais famosas, destacam-se:
- Ponte Maurício de Nassau, inaugurada em 1643 e considerada a primeira ponte de grande porte do Brasil;
- Ponte Buarque de Macedo, que liga o Recife Antigo ao centro comercial;
- Ponte Duarte Coelho, palco de eventos e celebrações;
- Ponte Princesa Isabel, conhecida pela vista privilegiada dos rios e construções históricas.
Origem do apelido e conexões com Veneza
Relatos indicam que o termo “Veneza Brasileira” circula desde o século XIX, quando viajantes estrangeiros compararam a capital pernambucana à cidade italiana por causa das semelhanças visuais. Em 1949, o escritor francês Albert Camus reforçou o paralelo ao visitar Recife, chamando-a também de “Florença dos Trópicos”.

Apesar da distância geográfica e cultural, Recife e Veneza compartilham desafios contemporâneos. Ambas constam entre as cidades mais ameaçadas pelas mudanças climáticas e pelo avanço do nível do mar, segundo estudos internacionais.




