Viver em áreas próximas a intenso tráfego veicular pode aumentar o risco de Alzheimer, segundo estudos recentes realizados na China e no Reino Unido. As pesquisas, incluindo uma análise de mais de 460 mil participantes durante 12,8 anos, apontam que a proximidade de vias movimentadas está associada a mudanças estruturais no cérebro.
Essas alterações têm sido atribuídas à poluição atmosférica, particularmente em áreas urbanas onde a poluição é elevada.
Os dados do estudo indicam que viver próximo ao trânsito está consistentemente ligado à diminuição de volumes de estruturas cerebrais associadas ao Alzheimer. Mesmo quando fatores genéticos são considerados, a exposição ao dióxido de nitrogênio (NO₂) e ao material particulado fino (PM2,5) foi identificada como um fator significativo no aumento do risco de demência.
Efeitos da poluição no cérebro
Vários estudos mostram que a poluição do ar, proveniente principalmente de veículos e processos industriais, está relacionada ao declínio cognitivo. Partículas microscópicas presentes na poluição são inaladas e podem causar neuroinflamação, processo vinculado ao acúmulo de placas beta-amiloide no cérebro.
Essas alterações são especialmente prejudiciais à massa cinzenta, crítico para o desenvolvimento da demência.
Consequências prolongadas
A exposição contínua aos poluentes atmosféricos não impacta apenas o sistema respiratório. Pequenos infartos cerebrais, nem sempre notados imediatamente, têm sido associados a essas partículas. A poluição prolongada com dióxido de nitrogênio e fuligem aumenta o risco de demências como a vascular, devido a danos vasculares no cérebro.
As pesquisas mais recentes destacam que a poluição atmosférica é um fator modificável no risco de Alzheimer. Através de políticas públicas eficazes para melhorar a qualidade do ar, a incidência de demência poderia ser significativamente reduzida.