Em 2023, foi lançado no espaço o telescópio espacial Euclides, enviado pela Agência Espacial Europeia (ESA), que tem como objetivo monitorar acontecimentos do lado escuro do universo por seis anos. Nas primeiras fases, a sonda enviou imagens borradas à Terra, mas um cientista, Bruno Altieri, do Arquivo Euclides, notou que tinham alguns pontos interessantes e decidiu investigar com mais detalhes.
Através dessa análise, publicou um feito inédito na revista Astronomy & Astrophysics, explicando que “mesmo com a imagem borrada, algo me chamou a atenção, e após mais observações, confirmamos a presença de um Anel de Einstein”, relata Altieri em um comunicado. Esse fenômeno espacial é raríssimo e fica escondido da vista, estando localizado em uma galáxia próxima chamada NGC 6505, a cerca de 590 milhões de anos-luz da Terra.
Entenda melhor o fenômeno espacial Anel de Einstein
Esse fenômeno foi previsto por Albert Einstein, por isso leva o seu nome, durante seus estudos da Teoria da Relatividade Geral, no qual descreveu como a gravidade deforma o espaço-tempo. Os anéis de Einstein são relativamente raros e só podem ser observados quando o alinhamento entre o objeto distante, o objeto massivo em primeiro plano e o observador é quase perfeito.
Esta foi a primeira vez que o observatório orbital da Agência Espacial Europeia (ESA) conseguiu registrar o fenômeno e, embora o Anel de Einstein já tenha sido fotografado anteriormente pela NASA, encontrá-lo é um feito importante para a ciência. Vale ressaltar que esse fenômeno é importante para os astrônomos, pois permitem que possam estudar objetos muito distantes e fracos, que de outra forma seriam invisíveis. Além disso, a forma e o tamanho do anel podem fornecer informações sobre a massa e a distribuição de matéria do objeto em primeiro plano, incluindo matéria escura, que não emite luz e é invisível aos nossos olhos.