O cometa 3I/ATLAS, classificado como um raro objeto interestelar, fará sua maior aproximação da Terra nesta sexta-feira (19), despertando atenção de cientistas e astrônomos ao redor do mundo. Apesar do tom de alerta, especialistas garantem que o corpo celeste não representa perigo: mesmo no ponto mais próximo, ele estará a cerca de 270 milhões de quilômetros do planeta.
Descoberto em 1º de julho pelo sistema de monitoramento ATLAS, no Chile, o 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar já identificado pela ciência. Sua trajetória incomum indica que ele se originou fora do Sistema Solar, carregando informações valiosas sobre a formação de planetas e cometas em outras regiões do Universo.
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), o cometa se aproximará no máximo a 269 milhões de quilômetros da Terra, quase o dobro da distância média entre o planeta e o Sol. Cientistas reforçam que não há risco de colisão com a Terra ou com qualquer outro corpo do Sistema Solar.
O que os cientistas querem observar
À medida que se aproxima do Sol, o 3I/ATLAS tem apresentado aumento de brilho e atividade, liberando gases e poeira que formam a chamada coma, uma espécie de halo luminoso ao redor do núcleo.
Astrônomos já conseguiram imagens inéditas do objeto, inclusive em raios X, utilizando o telescópio XMM-Newton, da ESA. As observações ajudaram a esclarecer um antigo mistério sobre se cometas interestelares emitem raios X, assim como os cometas originários do Sistema Solar.

Para os pesquisadores, estudar o 3I/ATLAS de tão “perto” representa uma oportunidade única de entender como mundos se formam ao redor de outras estrelas.
Quando e como observar o cometa
Apesar da aproximação, o cometa não será visível a olho nu. Mesmo binóculos comuns podem não ser suficientes para localizá-lo.
A recomendação dos astrônomos é o uso de telescópios amadores de médio porte, com abertura superior a 150 ou 200 milímetros. Equipamentos desse tipo costumam custar a partir de R$ 2.500, em média.
O melhor período para observação será nas madrugadas que antecedem o dia 19, pouco antes do nascer do Sol, olhando na direção leste. Locais com baixa poluição luminosa aumentam as chances de sucesso.
De acordo com a NASA, o 3I/ATLAS deverá permanecer observável com telescópios até a primavera de 2026, aparecendo no céu como um ponto semelhante a uma estrela um pouco mais brilhante.




