O cometa 3I/Atlas, que vem chamando a atenção de astrônomos e curiosos nas últimas semanas, poderá ser observado da Terra a partir desta sexta-feira (31). O objeto, que vem de fora do Sistema Solar, é apenas o terceiro corpo interestelar já registrado passando por nossa vizinhança cósmica.
Apesar do apelido alarmante que viralizou nas redes — o de “cometa capaz de destruir o mundo” —, a NASA e especialistas garantem que ele não oferece nenhum risco ao planeta. Na verdade, o 3I/Atlas passará a uma distância segura, cerca de 1,8 unidade astronômica (aproximadamente 270 milhões de quilômetros da Terra).
O 3I/Atlas atingiu o chamado periélio, ponto de máxima aproximação com o Sol, na quinta-feira (30). Durante esse período, o brilho solar impediu a observação direta do cometa. Agora, ele começa a se afastar da estrela e, com isso, volta a ficar visível para telescópios e sondas espaciais.
O fenômeno marca um momento importante para a astronomia: por se tratar de um objeto interestelar, ou seja, que veio de outro sistema estelar, o 3I/Atlas é uma oportunidade rara para estudar a composição e o comportamento de corpos vindos de fora da nossa galáxia local.
Segundo a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) — grupo coordenado pela NASA —, o cometa será usado como “treinamento” para futuras observações de objetos que possam representar ameaça real à Terra. A ideia é aprimorar a capacidade dos astrônomos de calcular órbitas e velocidades com precisão.
Astrônomos e cidadãos poderão participar
O projeto da IAWN convida inclusive astrônomos amadores e cidadãos interessados a participarem das observações do cometa, registrando fotos e medições de sua trajetória no céu. A campanha segue até o início de 2026, quando o 3I/Atlas deverá deixar definitivamente o Sistema Solar.
Os participantes poderão acompanhar o corpo celeste até cerca de 27 de janeiro de 2026, quando ele deve desaparecer da vista terrestre e continuar sua jornada pelo espaço profundo — provavelmente para nunca mais retornar.
Curiosidades sobre o 3I/Atlas
- É o terceiro objeto interestelar a atravessar o Sistema Solar — os outros dois foram o misterioso ‘Oumuamua(2017) e o cometa Borisov (2019).
- O termo “3I” significa justamente terceiro interestelar identificado pela astronomia moderna.
- Apesar de sua trajetória ser hiperbólica (indicando que não está preso à gravidade do Sol), o cometa se tornará brilhante o suficiente para ser observado por telescópios amadores nas próximas semanas.
- Ele será visível no céu noturno, especialmente em regiões com pouca poluição luminosa, logo após o pôr do sol.
Nada de pânico: o cometa não vai atingir a Terra
De acordo com a NASA, não há qualquer possibilidade de colisão. O 3I/Atlas está sendo acompanhado por telescópios em solo e no espaço, e todas as medições confirmam uma trajetória segura.
O astrônomo Lindley Johnson, da equipe de defesa planetária da agência, explicou em nota que esses estudos são fundamentais:
“Cometas como o 3I/Atlas são difíceis de prever, mas extremamente valiosos. Cada observação ajuda a melhorar nossa capacidade de detectar objetos potencialmente perigosos no futuro.”




