Uma ampla maioria da Câmara dos Deputados se posicionou contra a proposta que pretende acabar com a jornada de trabalho no formato 6×1 — seis dias de trabalho por um de descanso. A rejeição à pauta foi revelada por uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (2), que avaliou a opinião dos parlamentares sobre temas em debate no Congresso Nacional.
De acordo com o levantamento, 70% dos deputados federais se opõem ao fim da jornada 6×1, enquanto apenas 22% apoiam a mudança e 8% não souberam ou preferiram não responder.
A proposta em questão é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada em fevereiro pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). O texto visa reduzir a jornada semanal de trabalho para 36 horas, distribuídas em quatro dias, eliminando a escala tradicional de seis dias consecutivos de trabalho.
Apesar de inicialmente ter recebido a assinatura de cerca de 210 parlamentares, o apoio à medida perdeu força ao longo dos meses. A proposta chegou a ser debatida por uma subcomissão instalada em maio, mas ainda não avançou no trâmite legislativo.
Oposição lidera rejeição
A rejeição à mudança da jornada é especialmente alta entre parlamentares da oposição ao governo federal:
- 92% dos oposicionistas são contra o fim da jornada 6×1.
- Entre os deputados independentes, o índice de rejeição é de 74%.
- Já entre os governistas, a rejeição é de 55%.
Outras pautas da pesquisa
O levantamento da Quaest também avaliou o posicionamento dos deputados sobre outras pautas relevantes. Entre os destaques:
- 88% são a favor da elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda.
- 88% apoiam a exploração de petróleo na Amazônia.
- 76% são favoráveis ao aumento das penas para crimes de roubo.
- 53% rejeitam o projeto que regulamenta os supersalários.
- 70% se opõem à exclusão de verbas do Judiciário do teto de gastos.
- 69% apoiam o fim da reeleição para cargos do Executivo e o aumento do tempo de mandato.
A pesquisa foi realizada com parlamentares em exercício e tem margem de erro de 4,5 pontos percentuais.




