O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (22) a revogação de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), integrantes do governo Lula e seus familiares, em mais uma rodada de sanções determinadas pelo presidente Donald Trump. A medida foi apresentada como retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e a decisões recentes da Corte.
O Itamaraty reagiu com nota oficial, classificando a decisão como uma “tentativa de ingerência indevida em assuntos internos” e afirmando que “o Brasil não se curvará a mais essa agressão”.
Entre os novos alvos está o advogado-geral da União, Jorge Messias, além de ex-funcionários do governo e auxiliares do STF. A lista inclui ainda:
- Alexandre de Moraes
- Luís Roberto Barroso (presidente do STF)
- Edson Fachin (vice-presidente)
- Dias Toffoli
- Cristiano Zanin
- Flávio Dino
- Cármen Lúcia
- Gilmar Mendes
- José Levi, ex-AGU
- Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE
- Airton Vieira, juiz auxiliar de Moraes
- Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral
- Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes
A ordem também se estende aos familiares dos ministros do STF, sem detalhamento nominal. Ficaram de fora André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux.
Outros atingidos
O médico Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa, residente em Recife, também perdeu o visto após a repercussão de uma mensagem em que elogiava o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, morto em 10 de setembro. Ele pediu desculpas publicamente à família do americano.
Rodadas anteriores já haviam alcançado nomes como Paulo Gonet, procurador-geral da República, além de funcionários ligados ao programa Mais Médicos, como Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman. Também tiveram vistos cancelados a esposa e a filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Repercussão
A escalada de sanções amplia a tensão diplomática entre Brasília e Washington. Para o Itamaraty, as medidas adotadas por Trump são “inaceitáveis em um ambiente de relações bilaterais que sempre prezou pelo respeito mútuo”.
Já nos EUA, integrantes do governo justificam a ofensiva como resposta a decisões judiciais que consideram “ilegítimas” e “antidemocráticas”, sobretudo as que atingiram Bolsonaro, aliado de Trump.