O café sempre foi parte importante da cultura e do dia a dia dos brasileiros. Mas, nos últimos anos, o consumo evoluiu para além da simples xícara do cotidiano. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo do grão cresceu 1,11% em 2024, totalizando 21,92 milhões de sacas. Embora o café tradicional ainda lidere as vendas, o café especial tem ganhado destaque por seu sabor, processo artesanal e, principalmente, pelos benefícios à saúde.
A principal diferença entre o café especial e o tradicional está na qualidade do grão e no processo de produção. O café especial deve ser 100% da espécie arábica e atingir no mínimo 80 pontos na escala da Specialty Coffee Association (SCA). Os critérios de avaliação incluem aroma, sabor, acidez, corpo, uniformidade e equilíbrio.
Enquanto o café tradicional é frequentemente produzido com grãos da espécie robusta, mais resistentes, porém mais amargos, o café especial se destaca por sua complexidade sensorial e pelo cuidado artesanal em cada etapa da produção: colheita, secagem, seleção e torra.
Café especial: aliado da saúde
O consumo moderado de café especial vai além do prazer. Pesquisas científicas mostram que ele pode trazer diversos benefícios à saúde:
- Ação antioxidante: Rico em compostos como polifenóis e ácido clorogênico, o café ajuda a combater os radicais livres, retardando o envelhecimento celular e reduzindo inflamações.
- Prevenção de doenças crônicas: Segundo o New England Journal of Medicine, o consumo moderado de café está associado à redução do risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.
- Melhora da performance física: Um estudo no International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism mostrou que a cafeína do café aumenta o rendimento em atividades físicas.
- Neuroproteção: Pesquisadores do Brasil, EUA e Portugal publicaram no periódico PNAS que o café pode melhorar a plasticidade sináptica, favorecendo as conexões neurais e a saúde do cérebro.
O avanço do café especial também tem transformado o cenário no campo. Filhos de produtores estão assumindo a gestão das fazendas com foco em qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade. Esse movimento vem ao encontro de um novo perfil de consumidor, interessado na origem, história e autenticidade do grão.