A ecopolamina é uma droga de “dupla identidade”, como brinca a Revista Galileu. Apelidada de “sopro do diabo”, essa substância é usada para prevenir náuseas, entre outras funções na medicina, mas tem outro uso no mundo do crime, o que vem causando preocupação entre autoridades.
Escopolamina, ou hicosina, é um tipo de composto derivado de plantas da família das solanáceas (Solanaceae), como a planta trombeta que aparece na capa da matéria. Comunidades nativas originárias da América do Sul usavam essa substância em rituais espirituais por causa dos seus efeitos psicoativos.
Uma das principais ações dessa substância é o bloqueio do neurotransmissor acetilcolina, que desempenha um papel na memória, aprendizagem e coordenação. E é por isso que ela é tão usada no mundo do crime.
Como essa droga é usada por criminosos?
Um dos efeitos da “sopro do diabo” é a sua capacidade de causar perda de memória temporária, sendo por isso que ela é usada em crimes. De acordo com a Galileu, estudos sugerem que essa droga aumenta o estresse oxidativo no cérebro, o que agrava seus efeitos sobre a cognição. O poder dessa substância de apagar a memória foi descrita como uma forma de “zombificação”. Vítimas descrevem alucinações, confusão e perda de controle.
Na Colômbia e em outros países da América do Sul, a droga, também conhecida como “burundanga” é muito usada em roubos e agressões sexuais. Em forma de pó, ela não tem cheiro nem gosto, o que facilita na hora de jogar a substância na bebidas das vítimas. Sinais de envenenamento por escopolamina incluem:
- lesões cardíacas aceleradas;
- palpitações;
- boca seca;
- pele avermelhada;
- visão turva;
- confusão;
- desorientação;
- alucinações;
- perigo.