São Paulo registrou avanços importantes na redução de homicídios e crimes patrimoniais em 2025, mas a melhora ainda não é homogênea. Dados do Índice de Exposição aos Crimes Violentos (IECV) e registros da Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostram que alguns bairros seguem como pontos críticos para quem circula pela cidade — especialmente na Zona Sul.
O Capão Redondo, na Zona Sul, aparece como o bairro com maior exposição a crimes violentos, segundo o IECV 2022–2023. A região carrega um histórico pesado: nos anos 1990, integrava o chamado “triângulo da morte”, marcado por altos índices de homicídios e assaltos.
Mesmo com a queda geral dos roubos no estado — 11% de redução no acumulado de janeiro a outubro de 2025 — o bairro liderou as ocorrências de assaltos em outubro. Logo atrás aparecem Pinheiros (Zona Oeste) e Campo Limpo (Zona Sul).
Outros bairros que figuram entre os mais perigosos são:
- Parque Santo Antônio
- Sé
- Perdizes
- Santo Amaro
- Pari
- Jardim Herculano
- Jardim das Imbuias
A Zona Sul concentra ainda o maior crescimento de assaltos: Capão Redondo, Parque Santo Antônio, Jardim das Imbuias e Santo Amaro registraram alta, chegando a 26% em alguns pontos.
Aumento de homicídios na capital preocupa especialistas
Apesar do recorde positivo de outubro — apenas 25 homicídios dolosos, o menor número da série histórica — o primeiro semestre de 2025 mostrou tendência oposta. A capital registrou 268 vítimas, alta de 15,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para o Instituto Sou da Paz, os dados indicam um cenário contraditório.
“A gestão confirma um retrocesso na segurança pública, apesar do foco no combate aos crimes patrimoniais. Há piora contínua nos crimes contra a vida, sobretudo feminicídios e mortes cometidas por agentes do Estado”, afirmou a organização em nota técnica.
Nos municípios da Região Metropolitana, a situação foi ainda mais grave: aumento de 18,6% nos homicídios.
Em contrapartida, São Paulo registrou em outubro a maior retração anual nos roubos (–19,8%), com 7.613 ocorrências, a segunda menor marca desde 2001.
Segundo a Prefeitura, o resultado decorre de investimentos em tecnologia, integração das forças de segurança e ações estratégicas da Guarda Civil Metropolitana.
“A redução é fruto da ampliação do policiamento ostensivo e do uso de inteligência para identificar e neutralizar zonas de maior incidência”, informou a Secretaria Municipal de Segurança Urbana.
Centro tem queda histórica após ações na Cracolândia
Após operações que desmobilizaram o fluxo da Cracolândia, a região central registrou uma queda expressiva de 48% nos roubos em comparação a outubro de 2024.
Foram 217 casos, contra 420 no ano anterior.
O quadro atual mostra uma cidade onde indicadores dão sinais mistos: enquanto o centro e áreas nobres apresentam forte redução nos roubos, a Zona Sul permanece como epicentro de crimes violentos.
As recomendações de segurança são claras:
- Evite circular sozinho à noite nos bairros com maior índice de exposição ao crime;
- Use rotas movimentadas e bem iluminadas;
- Atente-se ao celular e objetos de valor, principalmente perto de terminais e estações.
