Em uma movimentação inesperada, Elon Musk anunciou saída do governo Donald Trump, encerrando oficialmente sua breve e conturbada passagem como chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) — um órgão criado para cortar gastos públicos nos Estados Unidos. A saída ocorre pouco antes de Musk atingir o limite legal de 130 dias por ano como “funcionário público especial”, mas é marcada por discordâncias políticas com o próprio presidente.
A decisão foi confirmada pelo próprio bilionário em seu perfil na rede X. “Como meu período programado como Funcionário Público Especial chega ao fim, agradeço ao presidente Trump pela oportunidade de reduzir gastos excessivos”, escreveu Musk.
“A missão do DOGE só se fortalecerá com o tempo, tornando-se um estilo de gestão em todo o governo”, completou.
As my scheduled time as a Special Government Employee comes to an end, I would like to thank President @realDonaldTrump for the opportunity to reduce wasteful spending.
— Elon Musk (@elonmusk) May 29, 2025
The @DOGE mission will only strengthen over time as it becomes a way of life throughout the government.
Embora a saída estivesse programada, a ruptura ganhou força após Musk criticar duramente o projeto de orçamento aprovado pela Câmara dos Representantes em 22 de maio — apelidado de “One Big Beautiful Bill” pela administração Trump. O documento, com mais de mil páginas, prevê trilhões em cortes de impostos, aumento nos gastos com defesa, financiamento para deportações em massa e maior segurança na fronteira com o México.
Musk afirmou, em entrevista ao canal CBS, que o projeto “aumenta o déficit e sabota os esforços de redução de gastos”. Segundo ele, “um projeto pode ser grande ou bonito, mas duvido que possa ser ambos”. A declaração expôs publicamente o primeiro grande atrito entre Musk e Trump.
Polêmicas e confrontos internos marcaram passagem pelo DOGE
Durante os quatro meses à frente do DOGE, Musk colecionou polêmicas e desentendimentos com membros do alto escalão da Casa Branca. Uma das iniciativas mais controversas foi sua proposta de extinção da USAID, agência americana voltada à ajuda internacional — medida que gerou forte resistência dentro e fora do governo.
O bilionário também entrou em conflito com o conselheiro comercial da Casa Branca, Peter Navarro, a quem chamou de “idiota” por defender o aumento global das tarifas comerciais. Musk já havia declarado preferência por uma política de “tarifas previsíveis, comércio livre e impostos mais baixos”.
Desde abril, Musk havia sinalizado que sua dedicação ao governo diminuiria. Em uma publicação, afirmou que seu tempo no DOGE cairia significativamente em maio, e que “continuaria ajudando no que fosse útil”. Agora, com a saída oficial, o empresário deve retomar integralmente suas funções nas empresas Tesla, SpaceX e Neuralink.