Em abril, foi revelado que um enorme sistema de fraudes estava usando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para cobrar multas ilegais, fazendo com que até o presidente do órgão fosse deposto. Diante de novas investigações, foram revelados que duas entidades estavam envolvidas no esquema bilionário de fraudes contra aposentados do INSS, mas que mudaram de nomes após terem acordos com o órgão rescindidos por causa de irregularidades e assinaram novos contratos nos governos Bolsonaro (PL) e Lula (PT). Dessa forma, eles encontraram uma nova maneira de continuarem cobrando os descontos irregulares dos segurados.
De acordo com a apuração feita pelo portal Metrópoles, houve uma mudança entre as entidades Associação Brasileira de Aposentados e Pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (ABRAPPS, antiga ANAPSS) e Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN, antiga ABSP), duas empresas que tiveram seus contratos rescindidos depois de suspeitas de irregularidades entre 2019 e 2020. Apesar disso, em seguida retornam com os novos descontos.
CGU afirma que falta de segurança permitiu descontos ilegais no INSS
Desde que a investigação começou, foi revelado que esse esquema de corrupção estava ocorrendo há muitos anos, sem que os segurados percebessem que eram descontos ilegais. Em um novo documento, foi revelado como o sistema do INSS estava sujeito a essa fragilidade, por não ter mecanismos eficazes de fiscalização, permitindo a realização de débitos mesmo sem documentação comprobatória válida.
Para entender melhor o que aconteceu, a CGU analisou 952 beneficiários com descontos vinculados a associações e sindicatos. O resultado do relatório mostrou que 71,1% deles não possuíam documentação hábil que autorizasse os débitos.