O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta sexta-feira (5) o primeiro Prêmio Mundial da Paz da Fifa, uma honraria recém-criada pela entidade máxima do futebol. A premiação foi anunciada durante o sorteio oficial da Copa do Mundo de 2026, no Kennedy Center, em Washington, e surpreendeu parte do público pela natureza inédita do reconhecimento.
A Fifa havia comunicado, em novembro, que criaria um prêmio anual destinado a pessoas que “tenham tomado medidas excepcionais e extraordinárias pela paz e, ao fazê-lo, unido pessoas em todo o mundo”. Contudo, até então, a entidade não havia revelado qualquer detalhe sobre o processo de escolha do vencedor.

A entrega foi realizada pessoalmente pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, um aliado público de Trump em questões geopolíticas e esportivas.
“Este é seu prêmio, este é seu prêmio da paz”, declarou Infantino ao entregar o troféu, uma medalha e um certificado. O dirigente afirmou que a escolha se deu “em reconhecimento às ações excepcionais e extraordinárias para promover paz e unidade pelo mundo”.
Trump, que há anos reivindica reconhecimento internacional por supostas ações de pacificação, afirmou no palco que receber o prêmio é “uma das maiores honras de minha vida”. Ele acrescentou:
“Eu não preciso de prêmios. Eu só quero salvar vidas”, disse o presidente aos jornalistas antes do evento. No discurso oficial, afirmou ainda que “o mundo é um lugar mais seguro agora”.
Honraria coincide com controvérsias internacionais
A premiação ocorre em uma semana em que o governo Trump enfrenta críticas por ataques letais a barcos suspeitos de tráfico no Caribe e por um endurecimento do discurso anti-imigração.
Apesar disso, Trump voltou a citar supostos esforços pessoais para encerrar conflitos ao redor do mundo — muitos deles contestados por governos estrangeiros e analistas. Ele alegou ter “salvo milhões e milhões de vidas”, citando situações no Congo, na Índia e Paquistão e no Oriente Médio. Diversos desses conflitos, porém, seguem ativos ou tiveram intervenções dos EUA vistas como controversas.
Enquanto isso, a Fifa ainda não esclareceu quem participou da seleção do vencedor. Uma investigação do The Guardianapontou que um recém-criado comitê de “responsabilidade social”, presidido pelo bilionário birmanês Zaw Zaw, deve definir critérios para futuras edições — mas nada disso se aplicou ao prêmio entregue a Trump.
Um prêmio político em um palco esportivo
A presença do presidente no evento adicionou um tom político ao sorteio da Copa de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, Canadá e México. Trump aproveitou a cerimônia para elogiar Infantino, citando “recordes de venda de ingressos” e prometendo um Mundial “como o mundo talvez nunca tenha visto”.
A Fifa, por sua vez, reforçou em comunicado que o prêmio busca reconhecer “indivíduos que ajudam a unir pessoas em paz por meio de compromisso e ações especiais”. Ainda assim, especialistas apontam que a iniciativa sinaliza uma ampliação do campo político da entidade, tradicionalmente focada apenas no esporte.




