O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou em 2025 a liberação completa de documentos confidenciais sobre três dos maiores mistérios da história americana: os assassinatos de Martin Luther King Jr., John F. Kennedy e Robert F. Kennedy. A decisão levou à publicação de mais de 230 mil páginas de registros inéditos que estavam trancados nos arquivos do governo desde as décadas de 1960 e 1970, sob sigilo imposto por ordens judiciais e protocolos de segurança nacional.
Os arquivos incluem memorandos internos do FBI, relatórios da CIA, registros de vigilância e entrevistas inéditas relacionadas às investigações. Entre eles, há documentos que detalham a perseguição do FBI a King por suspeitas de vínculos comunistas — alegações já refutadas em relatórios oficiais — e referências a teorias de conspiração envolvendo agências governamentais.

Para muitos, a medida representa um avanço em transparência histórica, mas também reacende polêmicas familiares e políticas. A família de King, por exemplo, criticou a divulgação por “reviver traumas” e alertou para o risco de distorções sobre o legado do líder dos direitos civis.
O que os documentos revelam até agora?
Embora especialistas como o historiador David Garrow, vencedor do Pulitzer, afirmem que “poucas revelações inéditas” surgiram, a liberação centraliza pela primeira vez em formato digital milhares de arquivos antes dispersos entre órgãos como FBI, CIA e Arquivo Nacional.
Entre os registros estão:
- Relatórios da perseguição a King e suspeitas infundadas sobre ligações comunistas;
- Notas sobre James Earl Ray, condenado pelo assassinato de King, e depoimentos de seu irmão contestando a autoria do crime;
- Documentos referentes a Lee Harvey Oswald, assassino de JFK, com novos detalhes sobre seus deslocamentos antes do crime;
- Menções ao Brasil em relatórios sobre o monitoramento de movimentos sociais durante a Guerra Fria, como as Ligas Camponesas lideradas por Francisco Julião.
Além disso, a ordem de Trump também determinou que arquivos sobre o caso Robert Kennedy sejam liberados em lotes, assim como trechos adicionais relacionados a investigações sigilosas envolvendo aliados estrangeiros.

Por que isso importa?
Os assassinatos de MLK, JFK e RFK geraram, por décadas, teorias de conspiração sobre participação de agências de inteligência e supostos complôs políticos. Embora a maior parte dos novos arquivos não apresente provas definitivas que mudem a história oficial, eles podem oferecer detalhes sobre investigações e operações secretas, alimentando novas análises sobre o período.
A liberação ainda ocorre em um contexto de pressão pública para que o governo revele outros arquivos sigilosos, como os relacionados ao caso Jeffrey Epstein, o que aumenta o impacto político da decisão de Trump.