O mundo acompanha com apreensão o possível encontro entre os presidentes da Ucrânia e da Rússia, marcado para quinta-feira (15), em Istambul, na Turquia. A reunião entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin pode representar o início de um caminho rumo à paz ou, caso fracasse, escancarar de vez as portas para uma escalada bélica global sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial.
Zelensky, em publicação na rede social X no último domingo (11), afirmou estar disposto a se encontrar pessoalmente com Putin para “dar início às negociações de paz” e pediu um cessar-fogo imediato a partir desta segunda-feira (12) como condição para o diálogo. A proposta de trégua tem o apoio dos principais aliados ocidentais da Ucrânia, incluindo França, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. O presidente ucraniano frisou que “não há sentido em prolongar as mortes” e reiterou que o cessar-fogo é “o primeiro passo” para uma solução diplomática.
Putin, por sua vez, sugeriu a retomada das conversas sem pré-condições, o que gerou impasses. O Kremlin ainda não respondeu oficialmente à exigência ucraniana pela trégua de 30 dias, o que levanta dúvidas sobre a real disposição russa para ceder terreno nas negociações.
Tentativa de mediação já aconteceu
A Turquia, membro da OTAN, ofereceu-se novamente como mediadora, papel que já exerceu em 2022, quando a última rodada de conversas entre os dois países resultou em uma proposta fracassada de neutralidade da Ucrânia. Agora, Recep Tayyip Erdogan tenta posicionar Istambul como palco de uma reviravolta histórica.
Enquanto isso, o ex-presidente dos EUA Donald Trump intensifica a pressão sobre Zelensky, instando-o publicamente a aceitar a reunião mesmo sem cessar-fogo. “Ao menos saberemos se um acordo é possível”, escreveu na plataforma Truth Social.
O Papa Leão XIV também se manifestou, pedindo paz em sua primeira bênção dominical, e alertou para o risco de uma “Terceira Guerra Mundial fragmentada”. A crise na Ucrânia, que já dura mais de três anos e causou dezenas de milhares de mortes, pode estar diante de um divisor de águas. Se houver acordo, o mundo respira. Se fracassar, o conflito pode tomar proporções ainda mais devastadoras.