Na busca pela beleza, vemos procedimentos cada vez mais estranhos ganhando espaço nas redes sociais em bastidores de spas exclusivos. Um deles é o enema de café, a introdução da bebida morna e filtrada pelo reto (uma “chuca de café”), que promete desintoxicar o corpo, limpar o fígado e te ajudar a restaurar as energias. Nas mídias sociais, você encontra vídeos de depoimentos prometendo que o procedimento dá uma “leveza” e até deixaria a pele mais bonita.
E não é o enema de café que faz sucesso nas redes. Você também encontra vídeos sobre os supostos benefícios do enema com outras bebidas, como chá e água. A cantora Gaby Amarantos até revelou que usou a técnica no seu processo de emagrecimento, inserindo cerca de 300 litros via sonda retal (um litro por dia ao longo de 300 dias).
Os perigos do enema de café
Mas, como você imaginar, essas promessas não são reais. Não existem benefícios comprovados dessa prática para a saúde. Pelo contrário: existem mais relatos de prejuízos causados por ela. Uma revisão sistemática publicada na revista Medicine só encontrou relatos de casos com complicações da prática, variando de colite química a infecções graves. Ao mesmo tempo, nenhum estudo mostrou melhora em parâmetros antioxidantes, na função hepática ou na mobilidade intestinal com a prática.
De acordo com o blog Receita de Médico, do jornal O Globo, introduzir café pelo reto pode causar “desequilíbrio eletrolítico, desidratação e irritação da mucosa intestinal”, além de trazer risco de infecção se o equipamento não estiver bem esterilizado e de queimaduras internas se a temperatura da bebida estiver alta demais. Outro problema é que, principalmente com o uso recorrente da prática, muitas pessoas se tornam dependentes do enema para conseguirem evacuar.




