O Corinthians vive um dos momentos mais delicados de sua história financeira. Além de liderar o ranking de dívidas líquidas do futebol brasileiro em 2025, com R$ 1,902 bilhão, o clube foi punido pela Fifa nesta terça-feira (12) com um transfer ban, que impede o registro de novos jogadores. A sanção ocorre devido a uma dívida de US$ 6,145 milhões (R$ 33,47 milhões) com o Santos Laguna, do México, pela compra do zagueiro Félix Torres no ano passado.
A punição, que pode durar até três janelas de transferências, será suspensa apenas se o valor for quitado ou se houver acordo com o clube mexicano. O prazo final para pagamento expirou às 23h59 de segunda-feira (11), sem que o Corinthians conseguisse cumprir a determinação.
Dívidas em série
O caso de Félix Torres não é o único problema jurídico-financeiro do Timão. O clube ainda responde a processos envolvendo o Talleres, da Argentina, por Rodrigo Garro — dívida de US$ 3,6 milhões mais juros e despesas — e a ação movida pelo paraguaio Matías Rojas, que cobra R$ 40,4 milhões referentes a salários até 2027.
Mesmo com dificuldades, a diretoria correu para anunciar a contratação do atacante Vitinho antes da confirmação da punição, aproveitando a última brecha no registro de atletas.
O cenário nacional das dívidas
O estudo mais recente da Sportsvalue mostra que quatro dos cinco clubes mais endividados do país são Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), mas o Corinthians, que mantém modelo associativo, lidera a lista. O Atlético-MG SAF aparece em segundo, com R$ 1,369 bilhão, seguido por Cruzeiro SAF (R$ 981 milhões), Vasco SAF (R$ 928,5 milhões) e Botafogo SAF (R$ 884 milhões).
Mesmo com a promessa de modernização e gestão mais profissional, as SAFs também enfrentam dificuldades para equilibrar receitas e gastos. Em 2024, por exemplo, o Botafogo registrou receita recorde de R$ 720 milhões, mas terminou o ano com déficit operacional de R$ 300 milhões.