Apelidado de “Ozempic dos ricos”, o Mounjaro é uma opção ainda mais potente (e, obviamente, mais cara) do remédio para emagrecer que virou uma febre ao redor do mundo, principalmente entre celebridades. Mas, apesar de bem parecidos, os dois não são exatamente a mesma coisa.
O Ozempic e o Wegovy, produzidos pela dinamarquesa Novo Nordisk, têm a semaglutida como princípio ativo. Já o Mounjaro é tirzepatida. A tirzepatida é uma molécula que estimula o GLP-1 e o GIP, dois hormônios que seu corpo já produz naturalmente no intestino e que são liberados após as refeições. A semaglutida atua de forma parecida, mas apenas sobre o hormônio GLP-1.
Consultada pela CNN, Tassiane Alvarenga, endocrinologista e metabologista pela USP (Universidade de São Paulo), explica que o Mounjaro induz à sensação de saciedade, enquanto o Ozempic causa perda de apetite. Comparando os dois, o efeito do Mounjaro é mais duradouro.
Como o Mounjaro muda sinais cerebrais relacionados ao prazer e impulso de comer
Publicado nesta segunda (17) na revista Nature Medicine, um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, registrou pela primeira vez como esse remédio altera o funcionamento de uma região cerebral.
Essa região é o núcleo accumbens, um pequeno centro cerebral ligado à recompensa, à motivação e ao vício, como repercutiu matéria do g1. Uma participante do estudo aumentou a dose de tirzepatida para tratar sua diabetes e relatou aos cientistas que o “barulho alimentar” tinha diminuído.
O termo, que ficou popular entre pacientes que usam medicamentos como o Ozempic e o Mounjaro, é aquele “ruído mental” em que você está sempre pensando no que comer, pensando no que você comeu e praticamente contando os minutos até a próxima refeição.
“Durante as semanas em que a paciente relatava menos fissura por comida, vimos uma redução clara nas ondas de baixa frequência do núcleo accumbens”, relata Wonkyung “Woni” Choi, principal autora do estudo, em entrevista ao g1. “Quando essas ondas reapareceram, meses depois, os desejos voltaram também. Isso sugere que o cérebro pode se adaptar ao efeito da droga.”




