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Estados Unidos surpreende e aprova o fim do tarifaço contra o Brasil

Por Pedro Silvini
29/10/2025
Em Geral
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Senado Americano

(Reprodução/Getty Images)

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (28) uma resolução que busca encerrar o “tarifaço” contra o Brasil, imposto pelo ex-presidente Donald Trump em julho, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. A decisão, no entanto, tem caráter apenas simbólico — o texto dificilmente será analisado pela Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, que seguem alinhados a Trump.

A medida, apresentada pelo senador democrata Tim Kaine (Virgínia), foi aprovada por 52 votos a 48, com o apoio de cinco republicanos dissidentes — Mitch McConnell, Rand Paul, Susan Collins, Lisa Murkowski e Thom Tillis. Eles se juntaram aos democratas para criticar o uso de poderes emergenciais na política comercial.

O projeto buscava revogar a declaração de emergência nacional feita por Trump, que justificou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros alegando que o governo Lula estaria “politicamente perseguindo” Bolsonaro e seus apoiadores.

Segundo Kaine, o argumento do ex-presidente republicano “não configura uma emergência” e apenas mascara motivações políticas e pessoais.

“A emergência declarada foi o Brasil processar o amigo de Trump. Isso não é ameaça aos Estados Unidos — é abuso de poder”, afirmou o senador durante a votação.

Apesar da aprovação, o texto deve estagnar na Câmara, onde os republicanos já adotaram procedimentos internos que impedem a votação de resoluções que revertam as tarifas.

Câmara republicana não deve avançar com a pauta

Fontes no Congresso norte-americano indicam que a Câmara dos Representantes pretende engavetar a proposta, mantendo o tarifaço em vigor. A liderança republicana argumenta que a revogação poderia “enfraquecer” a posição dos EUA em futuras negociações comerciais.

O cenário é semelhante ao ocorrido no início do ano, quando o Senado aprovou o fim das tarifas impostas ao Canadá, mas a Câmara bloqueou o avanço da pauta.

“A decisão do Senado é um recado político, não uma mudança real”, resumiu o senador Rand Paul (R-Kentucky). “Enquanto a Câmara não agir, nada muda.”

O tarifaço de Trump e o impacto para o Brasil

Em julho, Trump impôs tarifas de até 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros, além de sanções contra um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) — decisão que gerou forte reação diplomática.

O presidente alegou que o Brasil estaria “ameaçando a segurança nacional americana” ao “intimidar” Bolsonaro e censurar empresas de tecnologia dos EUA.

A medida foi amplamente criticada por economistas e senadores americanos, que afirmam que a política de tarifas está aumentando o custo de vida nos Estados Unidos e prejudicando pequenos produtores.

“As pessoas estão pagando mais por comida, energia e roupas por causa dessas tarifas”, disse Kaine.

Dados citados por congressistas apontam que, nos últimos 15 anos, os EUA acumularam um superávit comercial de US$ 410 bilhões com o Brasil — o que enfraquece o argumento de ameaça econômica.

Reação política e próximos passos

Enquanto o Senado votava, Trump estava em viagem pela Ásia, promovendo novos acordos comerciais e defendendo a manutenção das tarifas. Seus aliados afirmam que o presidente age “em defesa dos trabalhadores americanos”.

Do lado brasileiro, a decisão do Senado foi recebida com cautela. Em Brasília, integrantes do Itamaraty classificaram a votação como um gesto político relevante, mas destacaram que não há efeitos práticos enquanto o projeto não passar na Câmara.

Analistas avaliam que o impasse reforça o caráter altamente politizado das relações entre Washington e Brasília, especialmente após a prisão de Bolsonaro e o endurecimento de discursos entre Trump e Lula.

Além do caso brasileiro, o Senado americano deve votar nesta semana outras duas resoluções para encerrar tarifas aplicadas contra Canadá e diversos países, como parte da chamada “libertação tarifária global” de Trump.

Enquanto isso, a Suprema Corte dos EUA se prepara para julgar se o ex-presidente excedeu seus poderes legais ao usar a Lei de Emergências Internacionais para impor tarifas comerciais sem autorização do Congresso.

Mesmo sem efeito imediato, a votação no Senado representa um raro gesto bipartidário de resistência à política econômica de Trump — e um lembrete de que o “tarifaço” contra o Brasil continua em vigor, mas sob crescente pressão política interna nos Estados Unidos.

Pedro Silvini

Pedro Silvini

Jornalista em formação pela Universidade de Taubaté (UNITAU), colunista de conteúdo social e opinativo. Apaixonado por cinema, música, literatura e cultura regional.

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