A Associação Americana do Coração (AHA) e o Colégio Americano de Cardiologia (ACC) divulgaram, neste mês, novas diretrizes para o tratamento e prevenção da pressão alta. O documento substitui as regras de 2017 e reforça que o controle da hipertensão deve começar cedo, com mudanças de hábito, antes mesmo do diagnóstico clínico.
Segundo o relatório, publicado na revista Circulation, a hipertensão atinge quase metade da população adulta nos EUA e segue como um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, derrame, insuficiência renal e até demência.
Entre as principais alterações, está a redução drástica do consumo de sódio. O limite ideal é de menos de 2.300 mg por dia, com meta de 1.500 mg. A recomendação inclui o uso de sais enriquecidos com potássio, desde que não haja contraindicação médica.
Outra mudança significativa envolve o álcool. Se antes havia uma margem de tolerância — uma dose diária para mulheres e até duas para homens —, agora os especialistas afirmam que a opção mais segura é não consumir.
Quando tratar com medicamentos
Os parâmetros de medição da pressão não mudaram: menos de 120/80 mmHg é considerado normal. Entretanto, os critérios para iniciar tratamento foram atualizados. Pessoas com pressão entre 130 e 139 mmHg deverão primeiro adotar mudanças de estilo de vida. Se em até seis meses não houver melhora, a indicação será iniciar medicamentos — uma medida mais precoce em relação às regras anteriores.
Impacto no Brasil
No Brasil, os números também preocupam. De acordo com o Vigitel 2023, 27,9% da população adulta é hipertensa, com maior incidência entre mulheres (29,3%). Para especialistas, as novas recomendações americanas chegam em boa hora e podem inspirar ajustes nos protocolos nacionais, especialmente diante do envelhecimento populacional e do aumento do consumo de ultraprocessados.