O litoral norte de São Paulo foi palco de um espetáculo raríssimo em março deste ano. Na noite de 12 de março, o mar de Ilhabela — na Praia de Santa Teresa — brilhou em azul neon, dando a impressão de que as ondas estavam “pegando fogo”. O fenômeno natural da bioluminescência foi registrado pelo fotógrafo Rafael Mesquita, que percebera o clarão enquanto comemorava seu aniversário com amigos.
As imagens mostram o mar riscado por linhas de luz azul cintilante, um efeito provocado por organismos microscópicos presentes na água.
De acordo com o Instituto Oceanográfico da USP, a bioluminescência ocorre quando organismos vivos — como plâncton, algas, bactérias e algumas espécies marinhas — produzem luz a partir de uma reação química.
O processo acontece quando a luciferina (uma proteína) reage com a enzima luciferase, na presença de oxigênio, emitindo fótons e criando o brilho visível.
A cor varia conforme a espécie e o ambiente: enquanto vagalumes emitem luz verde-amarelada, mares podem exibir um azul neon intenso, como o registrado em Ilhabela.
Segundo caso em poucos dias
O fenômeno não foi isolado. Na mesma semana, no dia 8 de março, moradores e turistas testemunharam ondas luminosas na Praia de Itamambuca, em Ubatuba, também no litoral paulista. O mar ficou riscado por faixas de luz azul fluorescente, igualmente provocadas pela bioluminescência.
Com dois registros em menos de uma semana, a região viveu um momento incomum, já que o fenômeno é considerado raro e imprevisível.




