Presença de sangue nas fezes, alterações repentinas no hábito intestinal e o afinamento das evacuações podem ser sinais de câncer colorretal, doença que causou a morte da cantora Preta Gil no último domingo (20). Especialistas alertam para a necessidade de atenção aos sintomas, que podem indicar não apenas o câncer no intestino, mas também outras doenças gastrointestinais.
Fezes mais finas do que o habitual, no formato de fita ou lápis, além de diarreia ou constipação persistentes sem causa aparente, estão entre os sintomas que devem ser investigados. Embora o câncer colorretal esteja entre os tipos mais comuns no Brasil e ocupe a segunda posição entre os que mais matam no país, também é considerado altamente prevenível e tratável quando diagnosticado precocemente.
O diagnóstico tardio pode levar a complicações significativas. Além de alterações no funcionamento intestinal, como episódios de diarreia ou obstrução, podem ocorrer sangramentos, anemia, dor abdominal e perda de peso.
Em estágios avançados, o risco de metástases aumenta, atingindo órgãos como o fígado, pulmões e linfonodos.
Causas e fatores de risco
O câncer colorretal pode ter origem em fatores ambientais ou genéticos, sendo que os fatores hereditários respondem por apenas 10% dos casos, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar de ser mais frequente em pessoas com mais de 50 anos, os casos em adultos mais jovens têm aumentado nas últimas décadas. Atualmente, um em cada cinco diagnósticos ocorre em indivíduos com menos de 54 anos, refletindo um crescimento de 11% neste grupo etário em vinte anos.
Entre os principais fatores de risco, estão:
- Histórico familiar da doença;
- Doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn;
- Dieta rica em carnes processadas e pobre em fibras;
- Sedentarismo, obesidade e tabagismo.
Prevenção
A alimentação exerce papel fundamental tanto no surgimento quanto na prevenção do câncer colorretal. Dietas com alto teor de carnes vermelhas e processadas, frituras e baixo consumo de fibras estão associadas ao aumento do risco da doença.
Por outro lado, a ingestão adequada de fibras favorece o funcionamento intestinal e contribui para a eliminação de substâncias tóxicas.
Medidas de prevenção incluem:
- Adotar uma alimentação rica em fibras e com menos carnes processadas;
- Praticar atividade física regularmente;
- Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool;
- Manter o peso corporal adequado;
- Realizar exames de rastreamento, como a colonoscopia, a partir dos 45 anos — ou antes, quando há fatores de risco identificados.
Grande parte dos tumores intestinais tem origem em pólipos, que podem ser identificados e removidos por meio da colonoscopia antes que se tornem malignos, o que torna o exame uma das estratégias mais eficazes de prevenção.
