Com um cenário de desigualdade crescente e instabilidade econômica global, as fortunas dos bilionários brasileiros atingiram níveis que beiram o inacreditável. De acordo com o ranking atualizado da Forbes, os dez brasileiros mais ricos de 2025 acumulam juntos um patrimônio superior a US$ 220 bilhões — mais de R$ 1,2 trilhão, valor que supera o PIB de muitos países.
Em tempos de crise, esses magnatas seguem aumentando suas fortunas em ritmo acelerado, impulsionados principalmente pela valorização de ativos em tecnologia, varejo, agronegócio e finanças.
A nova lista anual da Forbes traz dados que revelam não apenas quem são os mais ricos do país, mas também o quanto suas fortunas cresceram em meio à volatilidade dos mercados internacionais. No ano de 2025, o número total de bilionários no mundo bateu recorde: são 3.028, com patrimônio combinado de US$ 16,1 trilhões — US$ 2 trilhões a mais que em 2024. E o Brasil tem participação relevante nesse cenário.
Quem são os 10 brasileiros mais ricos de 2025?
Embora a lista oficial com o top 10 nacional ainda não tenha sido divulgada em detalhes pela Forbes Brasil, é possível traçar o perfil dos principais nomes com base no levantamento internacional e em dados anteriores. Abaixo, destacamos quem são esses bilionários e os setores que os colocaram entre os mais poderosos do planeta.
Jorge Paulo Lemann – (Estima-se: +US$ 21 bi)
Co-fundador da 3G Capital, Lemann mantém sua liderança como o brasileiro mais rico graças a investimentos em gigantes como AB InBev, Kraft Heinz e Burger King. Seu império empresarial se sustenta na filosofia de gestão agressiva e na consolidação de marcas globais.
Eduardo Saverin – (Estima-se: +US$ 18 bi)
Um dos fundadores do Facebook, Saverin vive em Singapura e ampliou seus investimentos no setor de tecnologia e startups asiáticas. Ele é, hoje, um dos maiores investidores privados da região.
Marcel Herrmann Telles – (Estima-se: +US$ 12 bi)
Parceiro de longa data de Lemann na 3G Capital, Telles continua ampliando seus ganhos com ações da Ambev e demais operações do grupo.
Carlos Alberto Sicupira – (Estima-se: +US$ 10 bi)
Também sócio da 3G Capital, Sicupira mantém sua fortuna em alta com participações no varejo e no setor de alimentos.
André Esteves – (Estima-se: +US$ 9 bi)
Sócio do BTG Pactual, Esteves viu sua fortuna crescer com a valorização das ações do banco e com a expansão das operações no exterior. Em 2025, o BTG se consolidou como o maior banco de investimentos da América Latina.
Rubens Ometto Silveira Mello – (Estima-se: +US$ 8 bi)
Com forte presença no setor sucroalcooleiro por meio da Cosan, Ometto também investe pesado em infraestrutura e energia.
Luciano Hang – (Estima-se: +US$ 6,5 bi)
O fundador da Havan segue como figura polêmica e lucrativa no varejo nacional. Mesmo enfrentando críticas e ações na Justiça, Hang expandiu suas lojas para outros países da América do Sul em 2025.
Abilio Diniz (in memoriam) – (Estima-se: fortuna herdada próxima de +US$ 6 bi)
Após sua morte em 2024, a fortuna de Abilio Diniz foi dividida entre herdeiros, que continuam à frente de investimentos no varejo e no setor imobiliário.
João Moreira Salles – (Estima-se: +US$ 5,8 bi)
Com forte atuação no setor financeiro, o herdeiro do Unibanco se mantém entre os mais ricos por meio do Itaú e de investimentos diversificados, incluindo artes e produção audiovisual.
Walter Faria – (Estima-se: +US$ 5,6 bi)
Controlador do Grupo Petrópolis (cervejaria Itaipava), Faria tem sua fortuna sustentada por negócios no ramo de bebidas, mesmo com instabilidades no setor nos últimos anos.
Bilionários ainda mais ricos: um fenômeno global
O crescimento das fortunas brasileiras acompanha a tendência internacional. Em maio de 2025, os 10 homens mais ricos do mundo somavam US$ 1,77 trilhão, segundo a Forbes. No topo da lista está novamente Elon Musk, com impressionantes US$ 386,5 bilhões (R$ 2,16 trilhões), seguido por Jeff Bezos e Mark Zuckerberg. Entre os dez, oito são americanos — os únicos “estrangeiros” são o francês Bernard Arnault (LVMH) e o espanhol Amancio Ortega (Zara).
Chase Peterson-Withorn, editor sênior da Forbes, afirmou que “é um ótimo momento para ser bilionário”, mas reconhece que a reputação dessas figuras está em queda:
“Muitos bilionários não são bem vistos hoje em dia, mas estão mais poderosos do que nunca.”
Chase Peterson-Withorn
Os motivos dessa disparada são variados: valorização de ações, crescimento em tecnologia e inteligência artificial, investimentos em data centers, moedas digitais e imóveis. Enquanto isso, parte da sociedade questiona o poder crescente dessas figuras, sobretudo diante de políticas públicas ineficazes e aumento da pobreza global.