A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na última quarta-feira (9), Julia Garcia Domingues, de 28 anos, filha do cantor Mr. Catra (1968–2018), sob a acusação de participar de um esquema criminoso que aplicava golpes em aposentados e pensionistas. A prisão ocorreu durante a Operação Falsa Portabilidade, que também resultou na detenção de outras seis pessoas no estado e em mais três unidades da federação: Acre, Minas Gerais e Santa Catarina.
Segundo as investigações, o grupo movimentou cerca de R$ 5 milhões desde 2022. A quadrilha oferecia aos aposentados a suposta possibilidade de renegociar dívidas por meio de um novo empréstimo com juros menores, mas, na prática, o valor do novo contrato era desviado pelos criminosos, e as vítimas ficavam com dívidas duplicadas.
De acordo com a Delegacia de Defraudações do Rio, Julia Garcia cedeu suas contas bancárias para movimentações financeiras da quadrilha, colaborando com o processo de lavagem de dinheiro. O esquema tinha uma estrutura bem definida, com divisão de tarefas que incluía captação das vítimas, intermediação fraudulenta com bancos e ocultação dos recursos desviados.

“Os alvos da quadrilha eram pessoas com empréstimos ativos. Os golpistas se passavam por consultores financeiros, ofereciam melhores condições e convenciam as vítimas a assinar um novo contrato, mas esse valor nunca era usado para quitar a dívida anterior”, explicou a delegada Josy Lima, responsável pela investigação no Rio de Janeiro.
Além de Julia, um dos presos foi identificado como Peterson Maffort Grillo, proprietário de um hostel em Copacabana. Com ele, a polícia apreendeu dinheiro em espécie, documentos e um cofre. Ao todo, foram cumpridos dez mandados judiciais, sendo oito de prisão preventiva.
O delegado Gustavo Henrique da Silva, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) do Acre, informou que uma das vítimas teve prejuízo de aproximadamente R$ 400 mil. A Justiça já determinou o bloqueio de cerca de R$ 1 milhão das contas ligadas aos suspeitos.
Os detidos devem responder por estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. As investigações continuam para apurar o envolvimento de outros possíveis integrantes da quadrilha e o alcance total dos prejuízos causados pelo esquema fraudulento.




