Mais uma conquista histórica para o cinema nacional. O longa “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, foi eleito o melhor filme do ano no cenário internacional de 2025, consolidando-se como uma das produções mais premiadas da temporada.
Depois de emocionar Cannes, onde levou os prêmios de Melhor Direção e Melhor Ator (para Wagner Moura), o thriller político ambientado no Recife de 1977 brilhou novamente no exterior: no último sábado (16), venceu as categorias de Melhor Filme do Júri Oficial e Melhor Filme da Crítica Internacional no Festival de Cinema de Lima, no Peru.
Nas redes sociais, Mendonça Filho celebrou o reconhecimento: “Uma honra imensa representar o Brasil com este filme. Obrigado ao festival e ao público que tem abraçado essa história”, escreveu.
Estreia mundial e Oscar no horizonte
“O Agente Secreto” já tem lançamento garantido em 94 países e estreia no Brasil no dia 6 de novembro. Antes disso, passará pelo Festival de Brasília e por exibições especiais em cinemas históricos. Em Nova York, o longa chega em 26 de novembro, seguido por Los Angeles, no início de dezembro.

No Brasil, a produção também foi oficialmente inscrita pela Academia Brasileira de Cinema para tentar uma vaga na disputa do Oscar 2026, na categoria de Melhor Filme Internacional. O anúncio do representante nacional será feito em 15 de setembro.
Um thriller político no Recife dos anos 70
A trama acompanha Marcelo (Wagner Moura), especialista em tecnologia que retorna ao Recife em 1977 para tentar recomeçar a vida e deixar para trás um passado obscuro. O reencontro com a cidade, no entanto, revela uma atmosfera sufocante marcada por vigilância, segredos e tensões políticas.
O elenco reúne grandes nomes do cinema brasileiro, como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Alice Carvalho e Isabél Zuaa.
A consagração de Kleber Mendonça Filho
Conhecido por títulos como Aquarius e Bacurau, Mendonça Filho se tornou um dos diretores brasileiros mais respeitados no mundo. Em Cannes, ele fez história ao conquistar o prêmio de Melhor Direção, feito inédito desde Glauber Rocha, e também recebeu em nome de Wagner Moura o troféu de Melhor Interpretação Masculina, nunca antes conquistado por um ator brasileiro.
Além disso, o longa também foi laureado com o Prêmio FIPRESCI, da crítica internacional, e o Prix de Cinémas d’Art et Essai, concedido por exibidores europeus.
A primeira exibição em Cannes arrancou dez minutos de aplausos ininterruptos. Desde então, a obra vem recebendo elogios entusiasmados. A Variety descreveu o filme como um “deslumbrante drama de época”, o The Guardianclassificou-o como “visualmente e dramaticamente incrível em todos os sentidos”, enquanto o The Hollywood Reporterarriscou dizer que “esse será um dos melhores filmes do ano”.