O fim do home office virou realidade para centenas de bancários do Bradesco. A instituição comunicou ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região que 844 funcionários do Departamento de Investimentos e 50 da Tesouraria (Mesa de Clientes) terão de retornar ao trabalho 100% presencial no início de 2026. O retorno está marcado para 2 de janeiro nas áreas de investimentos e para 5 de janeiro na tesouraria.
A decisão gerou forte reação entre os trabalhadores. Segundo o sindicato, a convocação provocou “revolta e indignação”, especialmente por ocorrer às vésperas do fim do ano e por impactar rotinas familiares e de deslocamento.
A presidente do sindicato, Neiva Ribeiro, afirma que a medida pegou muitos bancários de surpresa e exige discussão imediata com a instituição.
“Esta mudança causa impactos enormes na rotina e na qualidade de vida destes bancários, que de forma justa estão indignados com a mudança, uma péssima notícia neste final de ano para eles e suas famílias”, declarou Ribeiro.
Segundo ela, o sindicato “quer ouvir estes bancários e, juntos, definir os próximos passos de um movimento de mobilização que pressione o banco a negociar”.
A entidade realizará uma plenária virtual no dia 9 de dezembro, às 19h, para debater estratégias e ouvir trabalhadores das áreas afetadas.
O que diz o Bradesco
Em nota enviada à imprensa, o Bradesco afirmou que a definição da rotina “é orientada pela liderança de cada área, que estabelece a matriz ideal de dias presenciais e remotos com base nas especificidades operacionais”.
O banco ressalta ainda que cerca de 50% dos seus mais de 82 mil funcionários seguem em modelo híbrido.
“O Bradesco busca sempre um equilíbrio entre o presencial e o remoto, com foco na produtividade e no bem-estar das pessoas”, declarou a instituição.
Retorno presencial vira tendência no setor bancário
A decisão do Bradesco não é isolada. Outros grandes bancos do país também vêm pressionando por mais presença física nas unidades, em um movimento que contrasta com a expansão do trabalho remoto durante a pandemia.
Nubank
Em novembro, o Nubank anunciou que passará a exigir presença mínima de dois dias por semana nos escritórios a partir do segundo semestre de 2026. A empresa, que hoje adota um modelo quase totalmente remoto, informou que ampliará estruturas físicas no Brasil, México, Argentina, EUA e Europa.
Itaú
Já o Itaú demitiu cerca de mil funcionários em setembro após uma “revisão de condutas relacionadas ao trabalho remoto”. Segundo o banco, foram identificados registros incompatíveis de jornada e produtividade.



