Após a morte do papa Francisco no dia 21 de abril, a imprensa mundial esteve voltada ao Vaticano, para saber quais seriam os próximos passos da Igreja Católica na escolha do seu próximo líder. Mas, além da eleição que elegeu o cardeal Robert Francis Prevost, que governará sob o nome de Leão XIV, outros assuntos relacionados a igreja ganharam destaque, como a destituição da freira brasileira Aline Pereira Ghammachi, que virou manchete por ter saído do cargo ao ser considerada “bonita demais”.
Após ser denunciada por meio de uma carta anônima, Aline perdeu seu cargo como madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na Itália, e sua saída não foi bem vista no monastério, tanto que outras onze freiras que também deixaram o local. Embora tenha sido destituída, a brasileira afirmou que buscará justiça no Vaticano.

De acordo com Aline, a sua demissão partiu de frei Mauro Giuseppe Lepori, superior da ordem responsável pelo mosteiro, que chegou a falar sobre a sua aparência: “Ele dizia que eu era bonita demais para ser abadessa, ou mesmo freira. Falava em tom de piada, rindo, mas me expôs ao ridículo”, relata.
Mais detalhes do caso envolvendo a freira Aline Pereira Ghammachi
Quando tinha 33 anos, Aline tornou-se a mais jovem de toda a Itália ao assumir o comando de um mosteiro, sendo responsável por liderar um pouco mais de 20 religiosas. No local, passou a receber o público, ofereceu apoio a mulheres vítimas de violência, além de criar uma horta coletiva para que pessoas com autismo pudessem ter contato com a plantação e também iniciou o cultivo de uvas para a produção de prosecco.
Apesar do assunto ter ganhado a mídia nesta segunda-feira (12/05), a freira afirma que tudo começou há dois anos atrás, quando “algumas freiras enviaram uma carta ao papa Francisco”, acusando-a de maus-tratos e outras “calúnias infundadas”. Em uma entrevista, Aline lamentou essa situação:
“Inicialmente, as acusações foram retiradas, graças aos depoimentos de outras freiras e outras intervenções […] Nesse meio tempo, alguns equilíbrios mudaram e, na segunda-feira de Páscoa, fui dispensada”. Sem entender direito o que aconteceu, a jovem freira afirmou que não vai aceitar essa demissão e que está contando com advogados para decidir o que fazer: “O que eu digo é que agora rezo para que a verdade venha à tona, pelo amor de Deus e pela missão que desempenhamos”.