Um voo da KLM precisou ser desviado para Caiena, na Guiana Francesa, após uma situação inusitada no aeroporto internacional de Paramaribo, capital do Suriname, na última quarta-feira (22). O motivo: não havia controladores de tráfego aéreo disponíveis na torre de controle, segundo autoridades locais.
O incidente envolveu o voo KL-713, um Boeing 777-300 que havia decolado de Amsterdã, na Holanda, com destino a Paramaribo. Quando a aeronave se aproximava do destino e iniciava o procedimento de descida, os pilotos foram informados de que o controle de tráfego aéreo (ATC) estava indisponível.
De acordo com o site especializado The Aviation Herald, o avião interrompeu a descida a 18 mil pés de altitude e permaneceu em espera por cerca de 25 minutos, até que a tripulação decidiu alternar para Caiena, a 320 quilômetros dali. O pouso ocorreu com segurança, e o voo chegou ao destino final com cerca de três horas de atraso.
O Ministério dos Transportes do Suriname informou que a indisponibilidade foi causada pelo envio de licenças médicas por parte de diversos controladores de tráfego aéreo naquela manhã. A situação foi tão grave que quase paralisou completamente o espaço aéreo do país até as 16h.
Para contornar a emergência, o governo mobilizou 13 estagiários de controle aéreo e chegou a enviar um helicópteropara transportar profissionais até seus postos.
O ministro dos Transportes, Raymond Landveld, ironizou o episódio em declaração à imprensa local:
“O que queremos é que eles estejam no trabalho — se for preciso, até de máscara —, mas que haja alguém na torre.”
Passageiros chegaram com atraso, mas sem riscos
O Boeing 777 da KLM ficou 80 minutos em solo em Caiena, antes de retomar o trajeto para Paramaribo. A aeronave pousou na capital surinamesa por volta das 16h30, três horas depois do horário previsto.
Apesar do susto, não houve risco à segurança dos passageiros, já que a decisão de alternar o pouso é considerada padrão em casos de falha no controle aéreo.
Crise na aviação do Suriname
O incidente ocorre em meio a um período de instabilidade no setor aéreo do Suriname. Em junho de 2025, a União Europeia proibiu companhias aéreas registradas no país de operar voos para o continente, alegando falta de conformidade com padrões internacionais de segurança.
Autoridades locais afirmam que o governo está trabalhando para reestruturar o sistema de aviação civil, mas o episódio desta semana evidencia graves problemas de gestão e falta de pessoal qualificado no controle aéreo.




