O Banco Itaú demitiu cerca de mil funcionários em função de questões de produtividade relacionadas ao trabalho em home office. A decisão foi baseada em monitoramento extensivo, que verificou atividades como tempo de uso do computador, cliques e registros de presença em videochamadas. A demissão ocorreu em São Paulo, conforme divulgado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Desde a pandemia, o uso de monitoramento digital cresceu no ambiente de trabalho remoto. O Itaú usou ferramentas como o XOne e Teramind para acompanhar as atividades dos colaboradores, embora negue a captura de áudio ou vídeo.
Este tipo de vigilância registra dados específicos, como movimentações do mouse e do teclado, sem apelar para gravar telas ou comunicações.
Impactos do monitoramento na saúde dos funcionários
As ferramentas de monitoramento têm implicações no ambiente de trabalho. Funcionários reportaram sensação de invasão de privacidade, com impacto potencial na saúde mental.
O monitoramento contínuo pode alterar comportamentos, como levar o computador a locais inusitados da casa, devido ao medo de serem vistos como inativos.
Normativas da LGPD
O Itaú afirmou que o processo de monitoramento respeita a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), informando aos funcionários sobre quais dados são coletados. No entanto, a transparência das ações e o uso das informações coletadas ainda levantam dúvidas.
O caso do Itaú reflete desafios maiores do trabalho remoto sob vigilância digital. A prática é permitida legalmente, desde que não viole a privacidade dos funcionários e se mantenha dentro de padrões de proporcionalidade.
O equilíbrio entre produtividade e direitos dos trabalhadores é essencial para empresas como o Itaú.