Galvão Bueno, principal voz das transmissões esportivas da TV brasileira por mais de quatro décadas, abriu o jogo sobre os bastidores de sua saída da Globo. Em entrevista ao colunista Gabriel Vaquer, da Folha de S.Paulo, o narrador admitiu incômodo com a forma como o vínculo foi encerrado e afirmou ter se sentido desrespeitado.
Segundo Galvão, a emissora sugeriu que ele apresentasse novos projetos para seguir contratado, mesmo após 43 anos de parceria. A resposta foi direta:
— “Eu ter que apresentar algum projeto depois de 40 anos na casa? Eu respondi: ‘Sim, tenho um projeto. Ir embora’”, contou no programa Olho no Olho, lançado nesta quinta-feira (4) no canal da Folha no YouTube.
Apesar das críticas, o narrador reconheceu a importância da Globo em sua trajetória. “A Globo é uma casa espetacular e que me deu tudo. Tivemos nossas rusgas, mas foram anos muito bacanas”, disse.
Novos rumos e críticas ao futebol brasileiro
Hoje, Galvão tem contrato com o Prime Video e negocia projetos em plataformas digitais, mas descarta virar youtuber. “Quero fazer televisão no YouTube, não ser youtuber. É algo a ser criado”, explicou.
Ele também comentou polêmicas recentes, como a adoção da camisa vermelha pela seleção brasileira. “Fiquei puto da vida, mas não teve nada a ver com política. Era uma falta de respeito com a camisa azul, que é tradicional”, afirmou.
O narrador ainda revelou mágoa do ex-presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, a quem acusou de não honrar compromissos comerciais.
Vida fora da Globo
Mesmo após a saída, Galvão mantém prestígio no mercado. Segundo ele, o dono da Band, Johnny Saad, já lhe disse que a emissora está de portas abertas. “Existe vida inteligente fora da Globo”, disse, lembrando frase usada por Jô Soares quando deixou a empresa.
Entre planos futuros, Galvão revelou um desejo antigo: comandar um programa de auditório. “Acho que seria legal”, concluiu.