São Paulo enfrentou, no fim da tarde desta terça-feira (9), o maior congestionamento de 2025, após uma greve surpresa de motoristas e cobradores de ônibus coincidir com forte chuva e reflexos de um ciclone extratropical. Às 19h, a capital atingiu 1.486 km de lentidão, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito.
A paralisação afetou 3,3 milhões de passageiros e obrigou a prefeitura a suspender o rodízio de veículos. “A Prefeitura de São Paulo determinou a suspensão do rodízio de veículos na tarde desta terça-feira em razão da paralisação de ônibus na cidade”, informou a administração municipal em nota.
O movimento teve início por volta das 16h, quando motoristas e cobradores recolheram os ônibus às garagens. O sindicato afirma que as empresas que operam o transporte público atrasaram o pagamento do 13º salário e apresentaram uma proposta de adiamento que não foi aceita.
Segundo a prefeitura, porém, a paralisação ocorreu “sem aviso prévio e em descumprimento à legislação”, e o município registrou boletim de ocorrência contra as concessionárias. A gestão também reiterou que o pagamento do 13º “é responsabilidade exclusiva das empresas”.
Sem ônibus, milhares de passageiros se deslocaram para carros, aplicativos e transporte alternativo — justamente no horário de pico.
Chuva intensa e ciclone aumentaram o caos
A situação foi agravada pelo impacto indireto de um ciclone extratropical, que passou pela costa da Região Sul e trouxe chuva constante e rajadas de vento para a Grande São Paulo. A Enel informou que cerca de 100 mil clientes ficaram sem energia durante a tarde.
A soma de trânsito, chuva e apagões travou diversos corredores viários.
Antes do recorde desta terça, o maior engarrafamento do ano havia sido registrado em 8 de agosto, quando uma tempestade causou 1.335 km de lentidão.
Níveis se aproximam da era pré-pandemia
Desde março de 2023, a CET passou a medir o trânsito considerando 20 mil km de vias — o que tornou os índices mais precisos. Mesmo assim, especialistas apontam que São Paulo se aproxima novamente dos piores níveis de congestionamento desde 2019, quando a cidade registrou um pico histórico de 1.902 km.
A prefeitura ainda não informou quando o rodízio voltará a vigorar normalmente, mas reforçou que segue monitorando a recuperação da operação dos ônibus e os efeitos do mau tempo.




